sábado, 20 de dezembro de 2008

Capitu

Meio atrasada, venho aqui dar minha opinião sobre essa minissérie que a Globo exibiu.
Mesmo tendo a Maria Fernanda Cândido, uma das pessoas mais antipáticas que já conheci, no papel-título, achei a obra primorosa.
Tudo estava perfeito: estilo de narrativa, figurino, cenários, trilha sonora, atuações. Ela própria, Maria Fernanda, estava radiante - mesmo antipática, acho ela de uma beleza estonteante - e o resto do elenco, a maioria ainda desconhecido do grande público, matou a pau.
Eu diria que foi algo de fazer o Baz Luhrmann sentir inveja. Tinha muito de Moulin Rouge, mas sem a cantoria, um pouco de Marie Antoinette, mas sem os tons pastéis.
Foi a forma de usar a TV como um difusor de estética pura.
Dou destaque para a moça que fez a Capitu jovem, que realmente tem a beleza exata de cigana oblíqua e dissimulada, com olhos de ressaca.
E, principalmente, a belíssima música Elephant Gun, de uma banda chamada Beirut. Ei-la:


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pausa nas Oropa

Gente! Muita informação!
Seguinte, não é todo o dia que tenho vontade de fazer post bonitinho sobre minhas férias européias. Hoje eu quero falar de outras coisas, como o plágio do Coldplay, a minha nova bota e outras futilidades. Aliás, que saudade de ser completamente fútil.
Eu tinha em mente muitos posts para escrever e hoje parece que todos querem vir à tona. Entonces, vamos dividir em tópicos:

Mas tu não tinha medo de viajar de avião?
Esse é meu post resposta para as pessoas que me perguntam como fui parar na Europa se tinha medo de avião. Eis o esclarecimento: síndrome do pânico não é nem nunca foi medo de avião. Se isso fosse, eu não seria a pessoa que mais pega aviões por mês na face da Terra. Como vocês acham que eu vou para Rio, Nordeste, Brasília, São Paulo, Paraná e até Floripa? De trem???
Gente, eu NUNCA tive medo de voar, pelo contrário. Amo aviões, aliás, de uns tempos pra cá, tenho abolido estrada da minha vida. Em algum momento, o que me impediu de viajar de qualquer coisa, seja carro, ônibus, navio, trem, jegue, jangada, bicicleta, foi a síndrome ou transtorno do pânico.
Para quem não sabe, transtorno do pânico é:

"definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. As crises de pânico são entendidas como intensas, repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas, sensação de mal estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo. Como o paciente com pânico nunca sabe quando sofrerá nova crise está sempre apreensivo, quando relaciona a crise a determinado local ou situação passa a ter ansiedade referentes a eles."

Então, leiam, tentem entender e nunca mais venham dizer que algum dia eu tive medo de avião.


Profusão de temdemssias
Chega o verão e só o que me passa pela cabeça é moda.
Porque eu sempre penso como manter o guarda-roupa de verão colorido e decotado sem parecer uma tchanga. Porque é tênue a linha que separa o corpo à mostra da bagaceirice.
Eis que, inspirada por muitas revistas, musas e pelo meu próprio bom gosto, eu mergulhei no meu summer wardrobe. Comprei, revi, reciclei e prometo não passar a estação com cara de pano de chão.
Daí que é muito engraçado o conceito que cada um tem de moda, estética, bom gosto. Sei que o que parece bom para mim pode não parecer para você, mas com certeza o que não parece bom para mim não é bom para você também!
Então, com isso, eu abro a polêmica das minhas novas botas. Digamos que 9 entre 10 homens odiaram e as meninas se dividiram entre o "Que corajosa!" e o "Amei! Quero igual!". Eu repito: ela é linda para mim, tem o meu estilo e ficar ou não bem, vai depender muito de como e por quem for usada.
Toma:

Sou temdemssia.

domingo, 30 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo III - Veneza

Aquilo tudo é sim, de verdade. Não é efeito de foto, nem ilusão fílmica.
Veneza é uma cidade única, a magia é dela e ninguém tira.
E isso que eu cheguei abaixo de chuva.
Dois dias chovendo e eu viciada naquele lugar, não conseguia parar de olhar para tudo e de me perder nas ruas estreitíssimas, onde só passa um por vez. Algo me dizia que valia acordar às 6h no terceiro dia, pois ia ter um sol de arder e, meu Deus, aquela cidade foi sonhada, ela não existe.
Meu primeiro contato com os italianos foi um prenúncio do que viria nos próximos dias: pessoas ríspidas, que cagam e andam para você, turista.
Mas os venezianos não são todos uns cavalgaduras. O recepcionista do meu hotel era um gentleman, e falava francês perfeitamente. O hotel em si, era um espetáculo à parte. Prédio de 1600 e guaraná de rolha, totalmente restaurado. Veja aqui!
Logo de cara, fiz amizade com uns irmãos chineses do restaurante na frente do hotel. Tudo que for de comer é caro em Veneza. Aliás, tudo é caro lá, mas tudo vale a pena. Começa que estar numa cidade em cima do mar Adriático (na verdade, ela fica em cima da Lagoa de Veneza, que é separada do Adriático por um istmo) não tem preço.
Recomendo que quem vá à Veneza não perca tempo dormindo. A cidade apresenta pontos altos em todas as horas do dia. Eu dormia aí pelas 18h e acordava às 21h, para começar tudo de novo. Depois, eu ia dormir às 2h e acordava às 6h.
Além da Piazza San Marco, da Ponte de Rialto, do Grande Canal, do sino da Campanille, Veneza tem a vantagem de não contar com carros. O único veículo lá é o vaporeto nos canais maiores e as gôndolas nos menores.
Impossível resistir às máscaras, aos cristais de Murano (aproveite uma tarde para ir de vaporeto até lá e ver as fábricas de cristais), ao clima sensual desse lugar fantástico. Quero voltar lá muitas vezes e decorar cada detalhe desta cidade ímpar.

Pontos altos:
Veneza existir é ponto mais alto. Particularmente, eu me comovi em caminhar pelas ruas desertas de manhã bem cedinho, só eu, o sol tímido, as pombas e os sinos repicando.

Pontos baixos:
Mesmo em baixa temporada, é cheia de turistas. Não chegou a atrapalhar, mas acredito que não se deve ir na alta temporada, principalmente no verão.

Verdades sobre Veneza:
- É um dos lugares mais lindos do mundo.
- Não dá para andar de gôndola, a não ser que tu vá em um grupo de pessoas, senão sai uma fortuna.
- É um ótimo destino para casais em lua-de-mel, mas tente botar a lua-de-mel em prática quando voltar para o Brasil, Veneza não é um lugar onde se pode passar horas no quarto: ele precisa ser visto.

Mitos sobre Veneza:
- Dizem que fede a mofo. Eu não senti isso.
- A cidade ficou com fama de ser uma putaria, por causa do Casanova, do Carnaval, das máscaras, etc. Não me pareceu.
- Algumas pessoas acham que não vale a pena ir sozinho a Veneza, uma cidade tão perfeita para pombinhos. Olha, eu não sei se é porque eu sou uma solteira convicta, mas eu amei demais estar lá na companhia da pessoa que eu mais amo nesse mundo: eu.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo II - Paris

Paris começa pelo Charles de Gaulle que por si só já é uma cidade fascinante.
Do aeroporto para a cidade peguei um trem e imediatamente comecei a interagir com os locais que, pasmem, vieram puxar assunto.
O mais falastrão era um sérvio simpaticíssimo, que elogiou meu francês e me falou sobre as tristezas da guerra no seu país, da qual se refugiou na França, e contou sobre as coisas boas da ex-Iugoslávia.
Logo em seguida, um bonito brasileirinho, que morava na Irlanda, conversou comigo.
Chegar na cidade é indescritível, Paris é um céu aberto, cheguei à noite, com tudo iluminado.
Fiquei no Quartier Latin, sou uma mulher de sorte. A Rue Gay Lussac era meu endereço e meu hotel era simples e ao mesmo tempo um pitéu. O homenzinho que atendia os hóspedes era a cara do Adriano Reis e um pouco manco, total simpatia.
Não sei se acontece com todo mundo, mas Paris parece uma velha conhecida. Andar por lá é automático. Não há como não se encantar com uma cidade que parece feita para o lazer e a contemplação. O parisiense vive correndo, mas não sei como pode. É preciso parar e olhar toda a hora.

Pontos altos: cada esquina é um ponto alto. Em cada cantinho tem uma surpresa agradável. Mas voto no dia em que eu saí do metrô, voltando de Versailles, e uma dupla de um jovem gatíssimo e um senhor de meia idade cantava Je l'aime a mourir, minha música francesa predileta, tocando um instrumento qualquer. Eu me juntei a eles para lembrá-los a letra, que eles esqueciam. A comida é outra coisa fantástica: um salmão ao molho de ervas com salada de pepino com iogurte e risoto de pimentão, que comi em um bistrô em Pigalle, foi o melhor prato europeu pra mim.

Pontos baixos: olha, acho que foram subjetivos meus pontos baixos. Eu fiquei gripada na Cidade Luz, e isso fez com que eu tivesse que andar com o nariz tapado de lencinhos de papel. Daí, era uma gripe meio estomacal, que me fez conhecer o Dráuzio Varella que existe em mim e tomar soro caseiro uma madrugada inteira.

Verdades sobre Paris: O céu é realmente o mais interessante que eu já vi, a cidade tem uma luz maravilhosa e os franceses dizem boëff a torto e à direita, como lembra a Ju.

Mitos sobre Paris: Os parisienses foram tão simpáticos comigo que tive que derrubar o mito do francês arrogante. Talvez seja o fato de eu falar o idioma, mas não sei, tem gente que fala e acha eles chatos igual. A Mona Lisa é a coisa mais mixuruca do mundo. O Louvre guarda coisas muito mais preciosas e embasbacantes.

Mesmo com chuva, uma linda cidade

sábado, 15 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo

É só meu ponto de vista, mas eu faço questão de deixar registrado aqui o meu quase-diário de viagem. Não pude fazê-lo durante minha estada no Velho Mundo, porque a soma do meu baixo poder aquisitivo com a baixa inteligência tecnológica do europeu não permitiu, mas sempre há tempo.

Bem, para começar, eu fui sola. Eu, uma mochila, uma bagagem de mão e uma mala. No início, parecia tudo muito simpático, até eu descobrir que a Europa caga e anda se você tem cadeira de rodas ou perna de pau, e as escadas aparecem a cada esquina da sua vidinha. Tirando isso e o fato de que a moça do Visa não entendia que eu era eu mesma e não um ladrão gastando meu dinheiro na Europa, não tive problemas gerais mais graves.

Então, vamos às minhas humildes opiniões (nem tão humildes, dixculpem ox fuxquinhax, acho ótimo!) sobre:

Londres
A Capital do Reino Unido não é nada assustadora como eu pensava. Mas também não é tão cool como você pensava. Olha, amei a troca da guarda e achei tri Camden Town. Ou seja, tem espaço para tudo no meu coraçãozinho. Mas gente, atenção: isso não funciona em Porto Alegre, só para lembrar os indies de plantão. Camden é colorido e barato, mas é bem brega também. E quem vive lá tem noção disso, quem vive cá não tem.
Antes que eu fosse, nove entre dez pessoas me botaram pânico da imigração inglesa. A ponto de eu realmente ter ensaiado minha chegada com protocolo quase diplomático. Levei carta do chefe, comprovante de emprego, comprovante de salário, de residência, o diabo. O British Uncle que me recebeu só leu o papel que se preenche no avião por cima e carimbou meu passaporte, não sem antes dizer que eu aproveitasse bem minha estadia e que esperava que eu gostasse muito da cidade. E de me elogiar na escolha da minha profissão.
Ok, fiquei no bairro da Lady Di. Sou fina, baby. Meus primeiros dias europeus tiveram a companhia do Du e de duas moças que conhecemos no hostel, a Maíra e a Hermínia, de Ijuí - para confirmar a tese do Paulo de que Ijuí vai dominar o mundo. Nos divertimos bastante os quatro, on the streets of London, que é bem mais acolhedora do que eu poderia imaginar.
Londres me preparou uma surpresa: neve no meu primeiro dia. A primeira em outubro, nos últimos setenta anos.

Pontos altos: as casinhas lindinhas dos bairros não-centrais, as lojas de departamentos cheia de ofertas interessantes, o metro organizadinho e aparentemente limpo, a educação britânica, o sol, que brilhou quase o tempo todo.

Pontos baixos: o cheiro de mijo nas cabines telefônicas, o preço absurdo das coisas na Harrods, a falta de facilidades para quem carrega peso.

Verdades sobre Londres:
- os ingleses são polidos, mesmo que não sejam simpáticos
- 9 entre 10 moradores de Londres não são ingleses

Mitos sobre Londres:
- as inglesas são feias. Mentira! Nunca vi tanta mulher bonita. E eram inglesas mesmo, não estrangeiras.
- os ingleses são pontuais. Balela! A troca da guarda é marcada para às 11 horas e acontece lá pelo meio dia.

"So I broke into the Palace with a sponge and a rusty spanner..."

A seguir, conheça Paris sob o meu ponto de vista :D

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Half a world away...

Este blog esta em Firenze no momento.
Mas ele ja esteve em Londres, Paris e Veneza.
Assim que houver uma pausa na vida da viajante solitaria, ele volta cheio de novidades, criticas e fotos.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Top Ten Pain in the Ass

Veja bem, darei uma pausa no meu drama pessoal para endossar um dos top ten mais bizarros de todos os tempos, criado pelo guru Paulo Dziobczenski. Tratam-se das dez figuras públicas que você considera com mais cara de pau no cu evah!
Como o Sr. Dzjkkjwerhtv2euyt28otenski não tem site pessoal, eu lanço na blogsfera este desafio e aqui mesmo respondo:

10. Dona Marisa
9. Chris Martin
8. Christopher Walken
7. Dalton Vigh

6. Joaquim Phoenix

5. Pedro Almodóvar

4. Maradona

3. Alessandra Negrini

2. Wanderlei Luxemburgo
1. Carolina Dieckman

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Viva la Vida or Death and All His Friends

Às vésperas de dar um importante passo, você percebe o caos ao seu redor. Várias armadilhas para te fazer retroceder, como num jogo de computador. Parabéns, essa é a vida. Ou: se fudeu, você nasceu!

Esse é o lugar onde o telefone não toca e quando toca nunca é quem você gostaria que estivesse chamando. Esse é o lugar onde o relógio corre muito depressa quando você precisa de tempo e muito devagar quando a espera é a única solução.

Aqui jaz um problema.

Não tá fácil para ninguém, mas se é com você é óbvio que é pior. Há uns seis anos, eu vejo pessoas que eu gosto morrer. Em um amontoado, que até parece de guerra. Mal dá tempo de viver um luto porque o trabalho chama. Muitas vezes se acaba por pular etapas.

Contemplar é proibido. Mas, como boa rebelde, eu contemplo. Quase sempre me assombro, principalmente com o que deixei passar.

Não sou vítima nem algoz, só quero viver da melhor maneira possível e - juro que aprendi isso com a minha própria experiência, não veio do berço - muitas vezes, para ser feli, é preciso passar por cima dos outros. Não me interpretem mal, não é preciso roubar, nem ferir, nem matar mas dois corpos simplesmente não ocupam o mesmo lugar ao sol no mesmo espaço de tempo. Sempre vai haver um perdedor e um vencedor. Tenho vivido há mais de três décadas com o primeiro título em muitas categorias e não estou muito confortável nessa roupa.

É bom lembrar que, pra todo mundo, há uma sombrinha virada pelo vento, uma descarga que não faz a merda descer, um ônibus que não espera, uma chaleira que ferve antes da hora, uma sinaleira que não abre.

Mas também há champagne, Häagen-Dazs, dias azuis, abraços bem-vindos, borboletas na barriga, amores de verão, cheiro de grama molhada, mar lambendo a areia.

Eu tenho um pouco de tudo isso e quero menos da parte das sombrinhas viradas, sem ter que me sentir culpada. Por que eu me sentiria? Segundo Nelson Rodrigues, é o complexo de culpa que nos salva de andarmos de quatro e ficarmos amarrados ao pé da mesa, alimentados em uma lata de Queijo Palmira.

Ao contrário da constataçãode que, às vezes, é preciso passar por cima dos outros para ganhar um lugar ao sol, o complexo de culpa em mim é inato. É ele que azeda o champagne, derrete o Häagen-Dazs, nubla os dias azuis, entre outras coisas.

Há uma relação conflituosa: deve-se esconder a culpa dentro do armário, cagar para os outros, rasgar os vestidos de luto e correr para a praia, ou deve-se sofrer mais que a Maria do Bairro e ganhar uma medalha e uma bonita coroa de orquídeas no final?

Meu amigo, essa angústia não é só minha. E eu não me culpo de dividí-la com você. Em algum lugar, há alguém, um fato, uma partícula que faz, fez ou fará tudo para que você se sinta muito, mas muito culpado e sozinho e reles e pústula e escória.

Talvez, você saiba lidar com isso de maneira mais prática do que eu. Ou talvez, você seja apenas egoísta - segundo as minhas últimas auto-estatísticas, não há ninguém no mundo mais egoísta do que eu, então, esse não deve ser o seu caso.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Na hora errada


Taí, se eu fosse fazer uma série baseada na minha própria vida, o título seria "Na hora errada". Porque eu não sou a pessoa, nem a mulher errada. Mas chegar, ir ou estar na hora errada é quase que compulsório pra mim.

Começa que eu sempre acordo na hora errada. É para ser às 7h45min. Às 5h45min eu acordo e não consigo mais dormir até às 7h. Daí, pego no sono e acabo me acordando apenas às 8h30. Chego no trabalho na hora errada, é claro.

Daí, vou ao bandeijão do buffet, me servir de arroz. Neste exato instante, dezenas de pessoas resolvem ter a mesma idéia e se atravessam na minha frente, acabando com o arroz. Meia hora para o prato ser reposto. Daí, eu vou ao caixa, pagar. Neste momento acaba o rolo da maquininha do cartão.

Daí, eu resolvo viajar. Na época da minha viagem, as bolsas entram em colapso e o Euro vai às alturas.

Daí, eu conheço alguém interessante que já conheceu alguém desinteressante antes com quem está prestes a se comprometer. E se compromete. It is getting freak.

Ao menos minha vida dá um bom roteiro.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Séverine

Este final de semana eu vi La Belle de Jour.
Adoro a Séverine. A alma doentia da moça me fascina.
De uma forma tortuosa, ela representa os anseios femininos mais básicos.
A mulher é - ainda hoje, vide a Revista Nova - moldada para agradar os homens, "prender" o seu e dar satisfação da perfeição da sua vidinha. Séverine, para fugir desses padrões que ainda sobrevivem, extravasa seus desejos em uma dupla personalidade: a Belle de Jour.
Séverine é assombrada por imagens paradoxais - hoje em dia se reconhece que nem tanto - de sua infância: religião e abuso. Na vida adulta, esse paradoxo dá lugar ao encontro do conforto do amor casto com o marido ante às fantasias mais mundanas postas em prática em um discreto bordel.
Tudo isso emoldurado pela beleza aguda e fria de Catherine Deneuve. Ao contrário de Brigitte, que tem a sexualidade explícita e sem culpa, Catherine é suave, quase angelical, mas guarda um demônio na profundidade dos olhos enormes.
E, sobretudo, o que me chama atenção no filme são os figurinos da bela. Ah, se eu tivesse dinheiro...

Curiosidade sobre Brigitte e Catherine:
Ambas não são louras naturais. As deslumbrantes francófonas eram castanhas. Brigitte em um tom mais claro e Catherine quase morena.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Qual a diferença entre a baranga e a tchanga?

Me ajudem nesta questã!
No meu ponto de vista, a Baranga é um acontecimento. Um força da natureza. A baranga é alguém muito feio, de uma feiúra descomunal, quase sempre brega e com atitudes bárbaras. Raras exceções masculinas levariam uma baranga pra casa, embora isso aconteça mais frequentemente do que imaginamos - só que não ficamos sabendo!
A Tchanga já é diferente. Poucos serão os homens que acharão que a tchanga é tchanga. A tchanga não era bonita e nem é, mas ela usa artifícios que fazem parecer que é - os homens acham ela bonita, porque ou ela instala silicone, ou ela põe um megahair, ou ela torra na camera de bronzeamento, ou ela malha feito um remador de ben-hur, ou tudo isso junto. Tudo bem assessorado por um gosto por transparências, piercings no umbigo que parecem árvores de natal sendo vomitadas, calças elásticas e muita - embora eu também use em dose moderada - estampa de "animalzitcho".
No meu conceito, baranga é a Mulher do Nazareno, a Britney na época do rehab, a Amy Winehouse, a Preta Gil, as Mulheres Frutas. Tchanga é a Danielle Winits, a Mulher do Nerso da Capitinga, a Sheila Carvalho e 95% das capas de revistas masculinas - 4% destas são barangas e 1% é mulher normal.
Mas os homens... eu digo: quer pegar baranga ou tchanga, é melhor pegar homem! Vai pegar uma biba bonita que tu sai ganhando!

Veja que look natural baby: a começar pelo meu lindo nariz!

domingo, 28 de setembro de 2008

A Estrela Sobe

Paul Newman (1925 - 2008)

Raindrops are falling on my head
and just like the guy who's feet are too big for his bed,
nothing seems to fit
those raindrops are falling on my head,
they keep falling
so I just did me some talking to the sun,
and I said I didn't like the way he got things done,
sleeping on the job
those raindrops are falling on my head they keep falling

But there's one thing, I know
the blues they sent to meet me won't defeat me.
It won't be long 'till happiness steps up to greet me

Raindrops keep falling on my head
but that doesn't mean my eyes will soon be turning red.
Crying's not for me, cause
I'm never gonna stop the rain by complaining
because I'm free
nothing's worrying me

It won't be long till happiness steps up to greet me
Raindrops keep falling on my head
but that doesn't mean my eyes will soon turning red
crying 's not for me
Cause I'm never gonna stop the rain by complaining
because I'm free
Nothing's worrying me.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Precisava dividir com vocês duas coisas:
Primeiro, o
neno e eu dando um curso de dança:


Depois, aprendam o que significa "simijar de rir" na prática:
http://www.autoracing.com.br/forum/lofiversion/index.php/t48030.html

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O meu infinito particular

Então, eis o melhor e o pior de mim:
O melhor fica na capacidade que tenho de tirar a essência bela das situações.
Adoro minhas viagens a trabalho. Porque elas sempre se acrescentam com novas informações e escapadas para viver novas realidades.
Acabo de voltar do Paraná. Em quatro dias fui em cinco cidades do estado, entre avião, trem e carro e a pé, lógico. Fiquei num hotel de O Iluminado, conheci gentes diferentes, tirei belas fotos, comi bem, me diverti. Curitiba, Ponta Grossa, Morretes, Antonina, Araucária.
Reencontrei amigos queridos que me mimaram - eu amo isso. Encontrei gente fria e sem-graça também, mas faz parte do meu show.
Um espetáculo.

O pior de mim fica na minha infinita capacidade de desgostar de pessoas e atitudes e julgar além do que me cabe. Mas isso é praxe para quem me conhece bem. O problema é que eu não entendo como ainda existem pessoas que se chocam com as minhas reações puras de desagrado.
Dando nomes aos bois, hoje eu estava conversando com colegas, entre eles minha prima, e falávamos sobre teorias como "Eu sempre sou trocada por meninas com cores de bugra". Isso é um fato, uma coincidência, etc. Mas eis que isso saiu da questão e entrou o fato de que eu usei a palavra "trocada". Segundo a minha prima e o Bibico, as pessoas não são "trocadas". Simplesmente o relacionamento não vai bem e a pessoa "opta" por outra pessoa. Discordo. Em número e grau. Sempre há uma troca. E sempre há sim uma rejeição. Não deveria ser porque eu digo que tem que ser verdade. Mas é. Acho que é um pouco ingênuo botar a culpa no relacionamento que não vai bem para amenizar o mau-caratismo alheio. A grande maioria das pessoas, eu incluída, já fez uma troca simples e mercenária: "Bah, gosto deste cara... Mas olha aquele olho azul ali no balcão. Ah, vou trocar!".
Grande parte das trocas são puras e simples e óbvias assim. Outras são disfarçadas, mas não menos cruéis. A parte preterida sempre sai machucada. A minha prima diz que não se sente preterida. Como assim não? Pode ter havido um ou dois casos em que o relacionamento não está bom. Mas é muito difícil quando uma pessoa está contigo hoje e amanhã está com outra ter sido um problema de relacionamento. Problemas de relacionamento se traduzem em "vamos conversar" ou "vamos terminar" e cada um vai pro seu canto, viver sua vida. Daqui a uns meses ou anos, essas pessoas encontram outras pessoas e são felizes ou infelizes, ou tediosas para sempre.
Mas quando alguém está contigo hoje, termina, e está com outro amanhã, houve sim uma troca. Uma atitude egoísta de "sério, eu preciso ver o que este produto tem a oferecer". Quando acontece essa troca, em geral, o "cliente" não fica muito tempo com a mercadoria, ou fica viciado nela, no caso de ela ser exatamente aquilo que ele/ela estava procurando. No meu caso, eu fiz uma troca consciente duas vezes: numa eu viciei no produto até hoje, na outra, eu me arrependi amargamente - ou não, porque eu não costumo me arrepender de nada. Mas que foi uma troca burra, isso foi!
Me falta essa serenidade budista de ver traições como sinal de que o relacionamento não vai bem, ninguém faz escolhas, ninguém tem culpa, tudo gira de acordo com movimentos do universo. Ora, bolinhas: tudo gira porque alguém empurra a roda. E, em qualquer circunstância que envolve amor e dor, há sempre um algoz e uma vítima. E uma terceira parte que vai sim ser odiada por uma das outras duas partes. Afinal, somos seres humanos, temos carne, osso e sangue quente nas veias. Não somos seres superiores. Quando eu pego o Bernadeto no colo, a Linda se sente traída e trocada e fica com raiva de mim e do Bernadeto, tanto que quer morder nós dois. Eu não ouso me achar superior a esses seres. Graças!
Pati Coelho, te amo, minha nêga. E só te troco se for pelo Zidane. Ah, o Zidane...

"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou portabandeira
de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"







segunda-feira, 15 de setembro de 2008

I'm single, bilingual

Mimijei com a lista dos álbuns mais gays da história da música.
Embora eu não tenha entendido muito os critérios de escolha que deixaram o Bilingual do Pet Shop Boys de fora...
Porque Bilingual é o ícone da saída do armário!
Só para citar:
Na música Methamorphosis, a letra é bem clara: "What I wanted to be was a family man, but nature had some alternative plans... People on the street caught my eye, and I begin to think I might be that kind of guy."

Em Electricity, vemos a voz aflita de uma mulher ao telefone, gritando: "What does it mean? What are you doing in San Francisco? Pobre coitada. Come on, lady, he is GAY!

Daí, temos a famosa Se a Vida É. Uma fofura, um hit! "Why do you want to sit alone in gothic gloom, surrounded by the ghosts of love that haunt your room? Somewhere there's a different door to open wide. You gotta throw those skeletons out of your closet and come outside..."
Para meio entendedor, boa palavra basta: closet, outside!

Pois é, grande ausência na gay list.

Então, eis que passei um final de semana relembrando os sucessos e os obscuros da dupla mais sissy dos anos 80 fora o Erasure. E que coisa mais gratificante é ver aqueles clips cheio de gente bonita. Atenção maior para Domino dancing que conta a história de uma tia pedaçuda que pega dois piás lá na Pinheira. Qualquer coincidência é mera semelhança.
Vamos assistir?


Falando nisso, tenho tido sonhos bizarros com o efebo dourado - que diga-se de passagem, nem efebo mais é. Esta noite, sonhei que ele tinha tirado um corpo do mar. Em um momento, achei que o corpo era o dele, mas folguei em saber que não. Que se tratava de um hippie que tinha apenas 50 dentes - como assim apenas 50, se o normal é 32? pois é, trata-se de um sonho da Bia.

E no sonho tinha muito mar, muita onda, muitos olhos translúcidos. Bonito o sonho.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Vergonha Alheia

Continuando no assunto do post passado: sou uma porto alegrense atípica e às vezes gostaria de me esconder num buraco e dizer que não sou, que nasci no Chuí, no Oiapoque, em Restinga Seca.
Só não queria que alguém no resto do universo visse
essa cena e apontasse: só podiam ser de Porto Alegre.
Porque só uma cidade ribeirinha que jura que é cosmopolita para gerar uma coisa dessas. É o que dá não termos celebridades dignas da capa da Caras, ou das manchetes do Terra. A pessoa vai lá e cava um motivo para que todas as agências de publicidade locais tenham do que falar (ou vomitar, ou lamentar, ou se finar de rir).
Desculpa, precisei dividir com vocês para que se constranjam com os próprios olhos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ainda orangotangos?

Ontem eu fui ver o filme do Gustavo Spolidoro.
Confesso que fui porque gosto muito dos trabalhos dele em curtas e achei interessante o fato de o filme ser feito em plano seqüência.
Mas, sorry, odiei o filme.
Talvez seja a intenção causar uma reação de estranheza no público. Pois a minha reação de estranheza foi náusea.
Não sei se pelos movimentos da câmera, ou pelo sotaque bom-finense das pessoas, ou pela escrotice das personagens, principalmente as femininas.
Mas o fato é que eu vi tudo o que mais odeio em Porto Alegre ali, escancarado na tela grande. Gente idiota, gente que quer chocar, gente que fala "meo".
Nunca diria "não vejam o filme". Ao contrário, acho que todo mundo deve ver, porque ele causa uma série de reações. Em mim, foi repulsa.
Sobre o que é realmente ruim no filme, independente de ter me causado repulsa ou não, eu citaria as interpretações. Gente, gaúcho - salvo raríssimas exceções como o Nelson Diniz e o Julio Andrade - não nasceu pra ser ator. Gaúcho pode ser escritor, diretor, cantor, compositor, pintor, escultor, mas nunca ator. Por que será que o Furtado só pega globais (bons) para estrelar seus filmes? O Furtado é um homem de visão.
Nossa, esse casal da foto é, de longe, a coisa mais escatológica que já vi na vida.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Onde está Wally?

Vamos brincar de achar atores hoje conhecidos nos clipes abaixo?
Dica 1:
O forasteiro de Milagro é um descendente de italianos comilão e pegador em uma famosa série de TV.
Dica 2:
O batedor de carteiras continua dando golpes – só que mais polpudos – na vida adulta e vai parar numa ilha misteriosa em outra famosa série de TV.



terça-feira, 19 de agosto de 2008

Must be listening to an angel...

Às vezes, a lenda é real e dá para ter alguma esperança no ser humano.
Tímido, humilde, cheio de tiques, principalmente no que se refere à posição das pernas e à cabeleira rebelde, Wim Wenders fala pausadamente e tropeça um pouco nas palavras.
O inglês carregado de germanismos não é nem de longe uma impossibilidade de compreensão: pelo contrário, talvez torne a pronúncia mais mansa e aberta. Dispenso novamente os tradutores: vamos ouvir como quem bebe um vinho raro. Vamos ouvir como quem vê um filme alemão.
Ele não prega, ele não abusa do seu próprio status, ele tenta expressar suavemente suas idéias. A que mais me chamou a atenção: "às vezes é preciso ir muito longe para entender o que está perto". Wenders é um poeta com as palavras como é com as imagens e, neste caso, elas não valem mais do que mil palavras, mas se equiparam.
Esperávamos muito, ele nos deu mais do que muito. Ele moveu fronteiras físicas e mentais que separam o lugar comum e o desconhecido. Ele instigou. Provocou sem provocar a unanimidade e calou a boca de quase todo mundo - tinha uma velhinha atrás de mim que não parava de falar - ao mostrar um documentário simples, poético e cruel. E que não deixa de falar na paz.

Para terminar a noite, Wim Wenders tão perto, na hora da sobremesa. Gentil, simpático e adorável. Como um dos seus personagens anjos. Eu me senti abençoada.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sexta sucesso

Meu colega adorável, o Paulo, inventou uma temdemssia para as sextas-feiras: o Sexta Sucesso, que é um e-mail com uma música brega anexada. Na quarta, ou na quinta, a pessoa recebe um drop, com um link do Youtube para outra música de gosto duvidoso. Os colegas podem indicar sugestões para os próximos Sextas Sucessos ou para os drops.
Hoje, a minha dica de Jane e Herondy com
Não se vá foi o hit Sexta Sucesso. Realmente, um sucesso.

E o Brasil na Olimpíada, hein?
Só se fala nisso. Na maioria das vezes, falam do fracasso que está sendo, da falta de incentivo ao esporte, etc. Menos no Jornal Nacional. No Jornal Nacional, o William Bonner e a Fátima Bernardes estão cheios de alegria e esperança. No exato momento em que eu terminava de digitar essa frase, me chegou um e-mail com esse link, falando exatamente o mesmo.
Daí, até o Orkut coloriu suas páginas com as cores brasileiras para apoiar nosso país nos Jogos Olímpicos. Tudo bem, eu amo o Brasil, torço por nós, acho nosso presidente uma merda, mas quero que a gente sempre esteja bem na foto. Só acho que não dá pra forçar a barra. Não há incentivo ao esporte aqui e tá acabado: os noticiários deveriam se limitar a esbravejar sobre este fato e não ficar usando a ilusão do público. Isso é patético.

Sweet dreams aren't made of this
Acho que amor é o merchandising da época da tuberculose e não cabe mais em um século no qual tudo é descartável. Mas, como eu sou da época da tuberculose, ainda guardo sentimentos amorosos.
Pois essa noite eu sonhei com o meu pequeno grande amor.

No sonho, ele me adicionava no Orkut - é um sonho digitalmente vulgar - e eu descobria duas terríveis verdades: primeiro, ele estava apaixonado por uma alemã. Então eu via passar diante de uma tela ou nas páginas de um livro, as aventuras do meu pequeno herói escandinavo na Europa, no Oriente Médio, em terras que nunca existiram, junto com a sua amada, uma germânica de corpo bonito, porém com um nariz muito estranho e muita acne no rosto.
A segunda verdade era que, no seu diário, que ele entregou para a moça e ela publicou na íntegra, ele era praticamente um poeta, de um intelecto invejável - coisa que, se na vida real for verdade, me passou despercebido - e, neste jornal pessoal, ele falava que eu tinha sido a segunda mulher na sua vida e que seus momentos comigo tinham sido péssimos, embora ele tivesse muito carinho por mim.
Me acordei empapada em suor e um pouco sufocada. Essas verdades oníricas dóem como se fossem lúcidas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Admiração que termina onde a fé começa

Ontem foi dia de ver o David Lynch no Fronteiras do Pensamento. Cineasta, artista plástico e dono de um topete branco com mechas lilases, ele realmente é um ícone do nosso tempo.

Minha admiração pelo seu trabalho começou precisamente em 1991, por causa de Twin Peaks. Mas já ouvia falar dele pelo meu irmão, um fã de O homem elefante. Confesso que não conheço seu trabalho nas artes plásticas, mas no cinema esse senhor comanda. Eu amo seus filmes alucinados e também o tranqüilo e belíssimo
História Real.

Eis que Lynch resolve vir ao Brasil para promover seu livro Águas profundas: criatividade e meditação. E assim que ouvi dizer que ele faria uma participação extra no Fronteiras, lá fui eu a procura de ingresso. Esperei por esse dia que nem criança pelo Papai Noel. Daí o dia chegou, o meu amigo Alexandre teve a sorte de almoçar com o nosso guru, tirou fotos e tal e nos mandamos para o evento.


Sabem quando se tem a impressão de que pagamos por um filme que não valia o ingresso? Então. Lá estava eu, encantada com a clareza com que Lynch proferia as palavras e abismada com o que estava ouvindo. Dentre muitas coisas que faziam pontos de interrogação saltar da minha caixa craniana, ouvi algo como "Sem meditação, a felicidade é superficial". Sim, eu já ouvi isso antes! Perguntas sobre cinema, arte, música foram feitas e todas foram respondidas com "transcendental meditation is a bliss".

Ok, mister Lynch, I had enough from you. Tudo bem, ele crê. Tudo bem, pode ser que dê certo. Tudo bem, talvez um dia eu experimente. Mas por ora, deixe-me com minha negatividade, minha agressividade e minhas convicções. Eu não fui lá para ter lavagem cerebral, muito menos para ficar ouvindo alguém que foi amigo dos Beatles tocar um ritmo que eu não aprecio. Tipo: para mim, Beatles já é chatinho. Imagina alguém que é "amigo dos Beatles". Pois o David Lynch trouxe essa pessoa, o cara era bom lá no que ele fazia, mas eu não queria ver ele, queria ver e ouvir o próprio Lynch falando sobre filmes e não sobre como quem não medita é mais burro, mais infeliz, mais baixo-astral.

Até porque ele não explicou muito bem como a meditação pode trazer a paz mundial. Tipo: vai mandar uma criança nigeriana ficar meditando enquanto toma balaço? Vai dizer lá para o somali que ele pode curar a fome só com meditação?
Sei não, viu? A única coisa que realmente me fez vibrar foi quando, ao responder uma pergunta sobre a função do diretor de comerciais, ele falou que misturar cinema com vendas é um crime. Não que eu concorde plenamente, mas foi muito divertido ver a cara de tacho de algumas pessoas na platéia :D

Assim, termino esse post garantindo para vocês que minha admiração pelas pessoas mingua quando elas começam a querer impingir a sua fé. Vou me limitar a continuar amando os filmes de David Lynch.

domingo, 10 de agosto de 2008

Please, don't go

O meu ídolo mais lindo vivo e o hors concours do meu Top 10 Sexiest Men está esperando a visita da Dona Morte para breve.
Infelizmente, outro sósia do meu pai parece que vai partir esse ano. Primeiro foi o Charlton Heston.
Além de ser o homem mais lindo vivo e sósia do meu pai, Paul Newman leva todos os méritos por ter sido um dos melhores atores que passaram por Hollywood.
Confira um de seus momentos marcantes:


sábado, 9 de agosto de 2008

Serviço de utilidade públca I

Assim, não sei se isso adiantará de alguma coisa.
Mas, como xingar o David Coimbra no blog dele só da mais ibope para o próprio, foi criada uma petição online para que a Zero Hora apresente uma retratação à crônica do "jornalista", que apresenta - mesmo que ele jure que seja uma metáfora para outra coisa (talvez uma piada interna que só ele e os amiguinhos entendam) - um incentivo aos maus-tratos com os animais. Seja o que for, o fato é que a grande maioria dos leitores - inclusive os amiguinhos dele anteriormente - entendeu como estímulo à violência contra os bichos.
Como jornalista, eu acho muita irresponsabilidade publicar num jornal do alcance da Zero Hora qualquer "metáfora" que possa ser mal-entendida pelos leitores. Ainda mais uma metáfora que expõe um ser vivo a reações violentas.
Por isso, peço que assinem essa petição, ou se juntem a essa comunidade no Orkut.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Bem-vindos

Ainda não está totalmente pronto.
E confesso que não acho ideal este serviço de blog.
Sim, eu já tinha que começar reclamando.
Com o tempo, eu vou editando o visual dele, que está meio breguinha.
Sempre tive mania de fuçar no html e mudar tudo e ainda não consegui isso por aqui.
É tipo aqueles self-services onde tu não pode contar com a prática e nem encontra ninguém para perguntar o que fazer.
As dicas no tópico de ajuda são burras.

Oi, sou eu aqui!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008