terça-feira, 31 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

O Leitor

Daí, eu não entendo como funciona o Oscar.
Tipo, o Benjamin Button era feito pra ganhar Oscar.
Eu gostei do filme. Muito mesmo.
Ele tem alguns momentos clichês, mas não comprometem sua grandiosidade.
Mas vejam bem o que estou dizendo.
Não é que o Danny Boyle não seja um dos meus favoritos. Mas Slumdog Millionaire não é nem de longe o melhor filme dele.
Então, que critérios fizeram o filme ganhar o Oscar?

Esse ano, ao contrário dos últimos, o Oscar realmente tinha filmes de peso.
O Leitor era um deles. Fui ver ontem.
Uma história de amor arrebatadora. O resuminho do Adoro Cinema faz a mão pra mim:

"Um adolescente se apaixona por uma mulher mais velha e vive intenso romance. De uma hora para outra, ela some de sua vida. Cerca de oito anos depois, ele reencontra essa parte de seu passado ao participar de um polêmico julgamento de crimes cometidos pelos nazistas na segunda grande guerra."

O filme é de uma poesia ímpar e arranca lágrimas sem usar nenhum lugar comum.
Na verdade, usa. O amor verdadeiro. Aquele que atravessa a vida. Que atropela preconceitos e até ética.
Às vezes eu acho que amar é privilégio dos loucos, obsessivos, compulsivos. Daí, eu me incluo nessas categorias. Eu consigo me imaginar madrugadas seguidas gravando fitas cassete pelo ser amado. E acho isso lindo. Mesmo que eu seja uma patética idiota e débil-mental.
Esse filme é obrigatório para todo mundo. Mesmo para os que não vão sentir nada.
E a Kate Winslet: baita mulher. Atropelando os padrões estéticos atuais – não, ela não é gorda, tá até magra demais, mas obedece a lei da gravidade numa boa – e sendo sempre apaixonante.

terça-feira, 17 de março de 2009

I used to rule the world

Ou não.
Digamos que eu volto agora lá no post de 25 de fevereiro, do Prozac X Criatividade.
Digamos que o Prozac foi dar uma voltinha.
Acho que na vida de todo mundo o Prozac some a maior parte do tempo.
Se antes eu citava que sem tristeza não se faz um samba não, eu continuo sobrevoando as novelas do Manoel Carlos e adjacentes para dizer que tristeza não tem fim. Felicidade sim.
Ontem eu li – sim, foi na Caras. Naquelas colunas de especialistas. Não, eu não tenho vergonha. – que a gente valoriza muito mais os momentos ruins do que os bons.
É fato e é inevitável.
Momentos bons são suspiros e os ruins são escarros.
Você daria mais atenção a um suspiro suave ou a um catarro no seu cangote?

A Bia amarga é mais fértil que a Bia doce.
Eu até gostaria de estar doce e chegar à conclusão que os meus 5 quilos a menos e minhas medidas atingindo o valor tão almejado dependessem só da dieta equilibrada e dos exercícios.
Mas é óbvio que tem uma boa dose de fel aí. Tá difícil de engolir, eis a questão.
Tem a semana. Tem um dia atrás do outro. Tem o trabalho. Tem os colegas.
As coisas que antes davam sentido à vida estão com catarata.
Sabe quando tem realmente uma coisa fosca em cima.
Eu chamava isso de dias escuros.
Meus dias estão escuros.
Não é impressão minha: é sempre noite do lado de cá.

Daí eu tava escrevendo um daqueles milhões de textos políticos e polidos e otimistas que eu escrevo por dia. E eu dizia que toda a crise deve ser encarada como oportunidade. Baita balela, eu minto mal pra caralho. Mas sei lá, quem escreve os discursos do Obama também deve mentir mal pra caralho.
Vai dizer para uma criança que nasce na guerra, lá em algum dos zilhões de países com nome bizarro na África – porque eu ia falar em Bósnia, mas é muito oldfashioned a guerra da Bósnia – que toda a crise traz uma oportunidade. Sério, se o meu texto de hoje de manhã chegasse lá, eu ia ser fuzilada com razão.

Aliás, aqui dentro de mim, eu ando me dando motivos de sobra para ser autofuzilada.
E é muito ruim ter raiva de mim.
Porque eu não posso tirar a razão de quem tem raiva de mim por motivos fúteis. Tipo, tem uma pá de gente que tem raiva de mim porque eu não tenho amarras. Não tenho papas na língua, não sei mentir, não gosto da metade da humanidade, não sou perfeita, não sou politicamente correta, sou competitiva, possessiva, egoísta, tenho humor negro, sou reacionária, sou infantil, sou chorona, sou maquiavélica, sou fria e calculista.
Putz, sério, quase chutei alguém há pouco. E não foi o Igor. Embora ele esteja merecendo. Foi alguém que eu sei que me julga por coisas que não fui eu quem fez. Alguém que me despreza pelo que os outros fizeram. Ou então tá com um ovo entalado na bunda para me olhar com aquela cara.

Então. Keep the hard working. Sem nada de bom pra compensar.
Ah, parabéns, St. Patrick. Parabéns, Vó Nancy.
Hoje é o dia de um cara que me parece um total idiota de antes da Idade Média e da vó mais ranzinza que o mundo já deu conta.

Sim, eu tenho a quem sair. Blé pra todo mundo.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Um lugar pequeno demais

Ontem, dia de jogo do Grêmio, algumas meninas resolveram agendar um happy hour no pub mais irlandês do hemisfério sul.
Bizarro: muitas delas só se conheciam através dos blogs.
Não sei como muita gente ainda acha isso estranho: como que uma pessoa que tu nunca viu antes pode se tornar íntima dos teus sentimentos, compartilhar dores e alegrias, experiências capilares, fracassos, crises, pequenas felicidades?
Sei lá, eu sempre fui suscetível às grandes distâncias. O mundo é muito grande para que a gente se isole na própria cidade, no próprio bairro, sempre com as mesmas pessoas.
E se, lá na África, houvesse uma pessoa única e especial que eu precisasse conhecer para mudar a minha vida?
Certo que eu iria até ela.

Desde piá, trocava correspondências com crianças de outras cidades e países. Isso se alastrou pela adolescência, quando a Mona Lisa, uma menina do Rio Grande do Norte, se tornou minha confidente. Eram cartas sem fim, com desenhos, fotos, letras de música, pedaços de cabelo. Até que Bia e Mona tiveram que se conhecer. E nunca mais pararam de se ver, de ser amigas, de torcer uma pela outra.
De lá pra cá, os meios mudaram. Assim como a Mona, vieram as Danis, os Cybers, os Scoobies, as Goos, os Denis... Essas pessoas que eram bytes e se transformaram em pedacinhos de coração. O mundo se tornou pequeno demais. E hoje, nada me parece absurdo demais.
Tão longe, tão perto não é mais só um filme do Wim Wenders. É uma realidade.

Vou ser bem sincera. Estava com um pouco de receio de sair correndo de um encontro só de mulheres. Eu tinha medo de uma coisa que a Bel falou: todas são muito diferentes. E se cada uma pensasse da outra "que freak de merda!"?
Mas todas ali, com as personalidades mais diversas possíveis, estavam abertas a conhecer as diferenças. Aquilo que fica tão fofo quando se lê nos blogs, mas que na vida real pode parecer infantil, fútil, disgusting.
Adorei, quero outro encontro!
Desta vez, vou levar a Guiga. :)

quarta-feira, 11 de março de 2009

O Injustiçado

Ele não entrou na lista dos dez mais sexy.
Ele nunca apareceu neste blog - só como sósia do Fabrizzio.
Estou botando essa foto hoje para me redimir.
Cois' querida!