Um monte de bobagens direto da cabeça oca de uma eterna pós-adolescente que não tem horas de folga.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Capitu
Mesmo tendo a Maria Fernanda Cândido, uma das pessoas mais antipáticas que já conheci, no papel-título, achei a obra primorosa.
Tudo estava perfeito: estilo de narrativa, figurino, cenários, trilha sonora, atuações. Ela própria, Maria Fernanda, estava radiante - mesmo antipática, acho ela de uma beleza estonteante - e o resto do elenco, a maioria ainda desconhecido do grande público, matou a pau.
Eu diria que foi algo de fazer o Baz Luhrmann sentir inveja. Tinha muito de Moulin Rouge, mas sem a cantoria, um pouco de Marie Antoinette, mas sem os tons pastéis.
Foi a forma de usar a TV como um difusor de estética pura.
Dou destaque para a moça que fez a Capitu jovem, que realmente tem a beleza exata de cigana oblíqua e dissimulada, com olhos de ressaca.
E, principalmente, a belíssima música Elephant Gun, de uma banda chamada Beirut. Ei-la:
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Pausa nas Oropa
Seguinte, não é todo o dia que tenho vontade de fazer post bonitinho sobre minhas férias européias. Hoje eu quero falar de outras coisas, como o plágio do Coldplay, a minha nova bota e outras futilidades. Aliás, que saudade de ser completamente fútil.
Eu tinha em mente muitos posts para escrever e hoje parece que todos querem vir à tona. Entonces, vamos dividir em tópicos:
Mas tu não tinha medo de viajar de avião?
Esse é meu post resposta para as pessoas que me perguntam como fui parar na Europa se tinha medo de avião. Eis o esclarecimento: síndrome do pânico não é nem nunca foi medo de avião. Se isso fosse, eu não seria a pessoa que mais pega aviões por mês na face da Terra. Como vocês acham que eu vou para Rio, Nordeste, Brasília, São Paulo, Paraná e até Floripa? De trem???
Gente, eu NUNCA tive medo de voar, pelo contrário. Amo aviões, aliás, de uns tempos pra cá, tenho abolido estrada da minha vida. Em algum momento, o que me impediu de viajar de qualquer coisa, seja carro, ônibus, navio, trem, jegue, jangada, bicicleta, foi a síndrome ou transtorno do pânico.
Para quem não sabe, transtorno do pânico é:
"definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. As crises de pânico são entendidas como intensas, repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas, sensação de mal estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo. Como o paciente com pânico nunca sabe quando sofrerá nova crise está sempre apreensivo, quando relaciona a crise a determinado local ou situação passa a ter ansiedade referentes a eles."
Então, leiam, tentem entender e nunca mais venham dizer que algum dia eu tive medo de avião.
Profusão de temdemssias
Chega o verão e só o que me passa pela cabeça é moda.
Porque eu sempre penso como manter o guarda-roupa de verão colorido e decotado sem parecer uma tchanga. Porque é tênue a linha que separa o corpo à mostra da bagaceirice.
Eis que, inspirada por muitas revistas, musas e pelo meu próprio bom gosto, eu mergulhei no meu summer wardrobe. Comprei, revi, reciclei e prometo não passar a estação com cara de pano de chão.
Daí que é muito engraçado o conceito que cada um tem de moda, estética, bom gosto. Sei que o que parece bom para mim pode não parecer para você, mas com certeza o que não parece bom para mim não é bom para você também!
Então, com isso, eu abro a polêmica das minhas novas botas. Digamos que 9 entre 10 homens odiaram e as meninas se dividiram entre o "Que corajosa!" e o "Amei! Quero igual!". Eu repito: ela é linda para mim, tem o meu estilo e ficar ou não bem, vai depender muito de como e por quem for usada.
Toma:
domingo, 30 de novembro de 2008
Descobrindo o Velho Mundo III - Veneza
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Descobrindo o Velho Mundo II - Paris
Do aeroporto para a cidade peguei um trem e imediatamente comecei a interagir com os locais que, pasmem, vieram puxar assunto.
O mais falastrão era um sérvio simpaticíssimo, que elogiou meu francês e me falou sobre as tristezas da guerra no seu país, da qual se refugiou na França, e contou sobre as coisas boas da ex-Iugoslávia.
Logo em seguida, um bonito brasileirinho, que morava na Irlanda, conversou comigo.
Chegar na cidade é indescritível, Paris é um céu aberto, cheguei à noite, com tudo iluminado.
Fiquei no Quartier Latin, sou uma mulher de sorte. A Rue Gay Lussac era meu endereço e meu hotel era simples e ao mesmo tempo um pitéu. O homenzinho que atendia os hóspedes era a cara do Adriano Reis e um pouco manco, total simpatia.
Não sei se acontece com todo mundo, mas Paris parece uma velha conhecida. Andar por lá é automático. Não há como não se encantar com uma cidade que parece feita para o lazer e a contemplação. O parisiense vive correndo, mas não sei como pode. É preciso parar e olhar toda a hora.
Pontos altos: cada esquina é um ponto alto. Em cada cantinho tem uma surpresa agradável. Mas voto no dia em que eu saí do metrô, voltando de Versailles, e uma dupla de um jovem gatíssimo e um senhor de meia idade cantava Je l'aime a mourir, minha música francesa predileta, tocando um instrumento qualquer. Eu me juntei a eles para lembrá-los a letra, que eles esqueciam. A comida é outra coisa fantástica: um salmão ao molho de ervas com salada de pepino com iogurte e risoto de pimentão, que comi em um bistrô em Pigalle, foi o melhor prato europeu pra mim.
Pontos baixos: olha, acho que foram subjetivos meus pontos baixos. Eu fiquei gripada na Cidade Luz, e isso fez com que eu tivesse que andar com o nariz tapado de lencinhos de papel. Daí, era uma gripe meio estomacal, que me fez conhecer o Dráuzio Varella que existe em mim e tomar soro caseiro uma madrugada inteira.
Verdades sobre Paris: O céu é realmente o mais interessante que eu já vi, a cidade tem uma luz maravilhosa e os franceses dizem boëff a torto e à direita, como lembra a Ju.
Mitos sobre Paris: Os parisienses foram tão simpáticos comigo que tive que derrubar o mito do francês arrogante. Talvez seja o fato de eu falar o idioma, mas não sei, tem gente que fala e acha eles chatos igual. A Mona Lisa é a coisa mais mixuruca do mundo. O Louvre guarda coisas muito mais preciosas e embasbacantes.
Mesmo com chuva, uma linda cidade
sábado, 15 de novembro de 2008
Descobrindo o Velho Mundo
Bem, para começar, eu fui sola. Eu, uma mochila, uma bagagem de mão e uma mala. No início, parecia tudo muito simpático, até eu descobrir que a Europa caga e anda se você tem cadeira de rodas ou perna de pau, e as escadas aparecem a cada esquina da sua vidinha. Tirando isso e o fato de que a moça do Visa não entendia que eu era eu mesma e não um ladrão gastando meu dinheiro na Europa, não tive problemas gerais mais graves.
Então, vamos às minhas humildes opiniões (nem tão humildes, dixculpem ox fuxquinhax, acho ótimo!) sobre:
Londres
A Capital do Reino Unido não é nada assustadora como eu pensava. Mas também não é tão cool como você pensava. Olha, amei a troca da guarda e achei tri Camden Town. Ou seja, tem espaço para tudo no meu coraçãozinho. Mas gente, atenção: isso não funciona em Porto Alegre, só para lembrar os indies de plantão. Camden é colorido e barato, mas é bem brega também. E quem vive lá tem noção disso, quem vive cá não tem.
Antes que eu fosse, nove entre dez pessoas me botaram pânico da imigração inglesa. A ponto de eu realmente ter ensaiado minha chegada com protocolo quase diplomático. Levei carta do chefe, comprovante de emprego, comprovante de salário, de residência, o diabo. O British Uncle que me recebeu só leu o papel que se preenche no avião por cima e carimbou meu passaporte, não sem antes dizer que eu aproveitasse bem minha estadia e que esperava que eu gostasse muito da cidade. E de me elogiar na escolha da minha profissão.
Ok, fiquei no bairro da Lady Di. Sou fina, baby. Meus primeiros dias europeus tiveram a companhia do Du e de duas moças que conhecemos no hostel, a Maíra e a Hermínia, de Ijuí - para confirmar a tese do Paulo de que Ijuí vai dominar o mundo. Nos divertimos bastante os quatro, on the streets of London, que é bem mais acolhedora do que eu poderia imaginar.
Londres me preparou uma surpresa: neve no meu primeiro dia. A primeira em outubro, nos últimos setenta anos.
Pontos altos: as casinhas lindinhas dos bairros não-centrais, as lojas de departamentos cheia de ofertas interessantes, o metro organizadinho e aparentemente limpo, a educação britânica, o sol, que brilhou quase o tempo todo.
Pontos baixos: o cheiro de mijo nas cabines telefônicas, o preço absurdo das coisas na Harrods, a falta de facilidades para quem carrega peso.
Verdades sobre Londres:
- os ingleses são polidos, mesmo que não sejam simpáticos
- 9 entre 10 moradores de Londres não são ingleses
Mitos sobre Londres:
- as inglesas são feias. Mentira! Nunca vi tanta mulher bonita. E eram inglesas mesmo, não estrangeiras.
- os ingleses são pontuais. Balela! A troca da guarda é marcada para às 11 horas e acontece lá pelo meio dia.
"So I broke into the Palace with a sponge and a rusty spanner..."
A seguir, conheça Paris sob o meu ponto de vista :D
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Half a world away...
Mas ele ja esteve em Londres, Paris e Veneza.
Assim que houver uma pausa na vida da viajante solitaria, ele volta cheio de novidades, criticas e fotos.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Top Ten Pain in the Ass
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Viva la Vida or Death and All His Friends
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Na hora errada
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Séverine
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Qual a diferença entre a baranga e a tchanga?
Veja que look natural baby: a começar pelo meu lindo nariz!
domingo, 28 de setembro de 2008
A Estrela Sobe
Raindrops are falling on my head
nothing seems to fit
those raindrops are falling on my head,
they keep falling
so I just did me some talking to the sun,
and I said I didn't like the way he got things done,
sleeping on the job
those raindrops are falling on my head they keep falling
But there's one thing, I know
the blues they sent to meet me won't defeat me.
It won't be long 'till happiness steps up to greet me
Raindrops keep falling on my head
but that doesn't mean my eyes will soon be turning red.
Crying's not for me, cause
I'm never gonna stop the rain by complaining
because I'm free
nothing's worrying me
It won't be long till happiness steps up to greet me
Raindrops keep falling on my head
but that doesn't mean my eyes will soon turning red
crying 's not for me
Cause I'm never gonna stop the rain by complaining
because I'm free
Nothing's worrying me.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Primeiro, o neno e eu dando um curso de dança:
Depois, aprendam o que significa "simijar de rir" na prática:
http://www.autoracing.com.br/forum/lofiversion/index.php/t48030.html
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O meu infinito particular
O melhor fica na capacidade que tenho de tirar a essência bela das situações.
Adoro minhas viagens a trabalho. Porque elas sempre se acrescentam com novas informações e escapadas para viver novas realidades.
Acabo de voltar do Paraná. Em quatro dias fui em cinco cidades do estado, entre avião, trem e carro e a pé, lógico. Fiquei num hotel de O Iluminado, conheci gentes diferentes, tirei belas fotos, comi bem, me diverti. Curitiba, Ponta Grossa, Morretes, Antonina, Araucária.
Reencontrei amigos queridos que me mimaram - eu amo isso. Encontrei gente fria e sem-graça também, mas faz parte do meu show.
Um espetáculo.
Dando nomes aos bois, hoje eu estava conversando com colegas, entre eles minha prima, e falávamos sobre teorias como "Eu sempre sou trocada por meninas com cores de bugra". Isso é um fato, uma coincidência, etc. Mas eis que isso saiu da questão e entrou o fato de que eu usei a palavra "trocada". Segundo a minha prima e o Bibico, as pessoas não são "trocadas". Simplesmente o relacionamento não vai bem e a pessoa "opta" por outra pessoa. Discordo. Em número e grau. Sempre há uma troca. E sempre há sim uma rejeição. Não deveria ser porque eu digo que tem que ser verdade. Mas é. Acho que é um pouco ingênuo botar a culpa no relacionamento que não vai bem para amenizar o mau-caratismo alheio. A grande maioria das pessoas, eu incluída, já fez uma troca simples e mercenária: "Bah, gosto deste cara... Mas olha aquele olho azul ali no balcão. Ah, vou trocar!".
Grande parte das trocas são puras e simples e óbvias assim. Outras são disfarçadas, mas não menos cruéis. A parte preterida sempre sai machucada. A minha prima diz que não se sente preterida. Como assim não? Pode ter havido um ou dois casos em que o relacionamento não está bom. Mas é muito difícil quando uma pessoa está contigo hoje e amanhã está com outra ter sido um problema de relacionamento. Problemas de relacionamento se traduzem em "vamos conversar" ou "vamos terminar" e cada um vai pro seu canto, viver sua vida. Daqui a uns meses ou anos, essas pessoas encontram outras pessoas e são felizes ou infelizes, ou tediosas para sempre.
Mas quando alguém está contigo hoje, termina, e está com outro amanhã, houve sim uma troca. Uma atitude egoísta de "sério, eu preciso ver o que este produto tem a oferecer". Quando acontece essa troca, em geral, o "cliente" não fica muito tempo com a mercadoria, ou fica viciado nela, no caso de ela ser exatamente aquilo que ele/ela estava procurando. No meu caso, eu fiz uma troca consciente duas vezes: numa eu viciei no produto até hoje, na outra, eu me arrependi amargamente - ou não, porque eu não costumo me arrepender de nada. Mas que foi uma troca burra, isso foi!
Me falta essa serenidade budista de ver traições como sinal de que o relacionamento não vai bem, ninguém faz escolhas, ninguém tem culpa, tudo gira de acordo com movimentos do universo. Ora, bolinhas: tudo gira porque alguém empurra a roda. E, em qualquer circunstância que envolve amor e dor, há sempre um algoz e uma vítima. E uma terceira parte que vai sim ser odiada por uma das outras duas partes. Afinal, somos seres humanos, temos carne, osso e sangue quente nas veias. Não somos seres superiores. Quando eu pego o Bernadeto no colo, a Linda se sente traída e trocada e fica com raiva de mim e do Bernadeto, tanto que quer morder nós dois. Eu não ouso me achar superior a esses seres. Graças!
Pati Coelho, te amo, minha nêga. E só te troco se for pelo Zidane. Ah, o Zidane...
"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou portabandeira
de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
I'm single, bilingual
Embora eu não tenha entendido muito os critérios de escolha que deixaram o Bilingual do Pet Shop Boys de fora...
Porque Bilingual é o ícone da saída do armário!
Só para citar:
Na música Methamorphosis, a letra é bem clara: "What I wanted to be was a family man, but nature had some alternative plans... People on the street caught my eye, and I begin to think I might be that kind of guy."
Em Electricity, vemos a voz aflita de uma mulher ao telefone, gritando: "What does it mean? What are you doing in San Francisco? Pobre coitada. Come on, lady, he is GAY!
Daí, temos a famosa Se a Vida É. Uma fofura, um hit! "Why do you want to sit alone in gothic gloom, surrounded by the ghosts of love that haunt your room? Somewhere there's a different door to open wide. You gotta throw those skeletons out of your closet and come outside..."
Para meio entendedor, boa palavra basta: closet, outside!
Pois é, grande ausência na gay list.
Então, eis que passei um final de semana relembrando os sucessos e os obscuros da dupla mais sissy dos anos 80 fora o Erasure. E que coisa mais gratificante é ver aqueles clips cheio de gente bonita. Atenção maior para Domino dancing que conta a história de uma tia pedaçuda que pega dois piás lá na Pinheira. Qualquer coincidência é mera semelhança.
Vamos assistir?
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Vergonha Alheia
Só não queria que alguém no resto do universo visse essa cena e apontasse: só podiam ser de Porto Alegre.
Porque só uma cidade ribeirinha que jura que é cosmopolita para gerar uma coisa dessas. É o que dá não termos celebridades dignas da capa da Caras, ou das manchetes do Terra. A pessoa vai lá e cava um motivo para que todas as agências de publicidade locais tenham do que falar (ou vomitar, ou lamentar, ou se finar de rir).
Desculpa, precisei dividir com vocês para que se constranjam com os próprios olhos.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Ainda orangotangos?
Talvez seja a intenção causar uma reação de estranheza no público. Pois a minha reação de estranheza foi náusea.
Nunca diria "não vejam o filme". Ao contrário, acho que todo mundo deve ver, porque ele causa uma série de reações. Em mim, foi repulsa.
Sobre o que é realmente ruim no filme, independente de ter me causado repulsa ou não, eu citaria as interpretações. Gente, gaúcho - salvo raríssimas exceções como o Nelson Diniz e o Julio Andrade - não nasceu pra ser ator. Gaúcho pode ser escritor, diretor, cantor, compositor, pintor, escultor, mas nunca ator. Por que será que o Furtado só pega globais (bons) para estrelar seus filmes? O Furtado é um homem de visão.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Onde está Wally?
Dica 1:
O forasteiro de Milagro é um descendente de italianos comilão e pegador em uma famosa série de TV.
Dica 2:
O batedor de carteiras continua dando golpes – só que mais polpudos – na vida adulta e vai parar numa ilha misteriosa em outra famosa série de TV.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Must be listening to an angel...
Tímido, humilde, cheio de tiques, principalmente no que se refere à posição das pernas e à cabeleira rebelde, Wim Wenders fala pausadamente e tropeça um pouco nas palavras.
O inglês carregado de germanismos não é nem de longe uma impossibilidade de compreensão: pelo contrário, talvez torne a pronúncia mais mansa e aberta. Dispenso novamente os tradutores: vamos ouvir como quem bebe um vinho raro. Vamos ouvir como quem vê um filme alemão.
Ele não prega, ele não abusa do seu próprio status, ele tenta expressar suavemente suas idéias. A que mais me chamou a atenção: "às vezes é preciso ir muito longe para entender o que está perto". Wenders é um poeta com as palavras como é com as imagens e, neste caso, elas não valem mais do que mil palavras, mas se equiparam.
Esperávamos muito, ele nos deu mais do que muito. Ele moveu fronteiras físicas e mentais que separam o lugar comum e o desconhecido. Ele instigou. Provocou sem provocar a unanimidade e calou a boca de quase todo mundo - tinha uma velhinha atrás de mim que não parava de falar - ao mostrar um documentário simples, poético e cruel. E que não deixa de falar na paz.
Para terminar a noite, Wim Wenders tão perto, na hora da sobremesa. Gentil, simpático e adorável. Como um dos seus personagens anjos. Eu me senti abençoada.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Sexta sucesso
Hoje, a minha dica de Jane e Herondy com Não se vá foi o hit Sexta Sucesso. Realmente, um sucesso.
Só se fala nisso. Na maioria das vezes, falam do fracasso que está sendo, da falta de incentivo ao esporte, etc. Menos no Jornal Nacional. No Jornal Nacional, o William Bonner e a Fátima Bernardes estão cheios de alegria e esperança. No exato momento em que eu terminava de digitar essa frase, me chegou um e-mail com esse link, falando exatamente o mesmo.
Daí, até o Orkut coloriu suas páginas com as cores brasileiras para apoiar nosso país nos Jogos Olímpicos. Tudo bem, eu amo o Brasil, torço por nós, acho nosso presidente uma merda, mas quero que a gente sempre esteja bem na foto. Só acho que não dá pra forçar a barra. Não há incentivo ao esporte aqui e tá acabado: os noticiários deveriam se limitar a esbravejar sobre este fato e não ficar usando a ilusão do público. Isso é patético.
Acho que amor é o merchandising da época da tuberculose e não cabe mais em um século no qual tudo é descartável. Mas, como eu sou da época da tuberculose, ainda guardo sentimentos amorosos.
Pois essa noite eu sonhei com o meu pequeno grande amor.
No sonho, ele me adicionava no Orkut - é um sonho digitalmente vulgar - e eu descobria duas terríveis verdades: primeiro, ele estava apaixonado por uma alemã. Então eu via passar diante de uma tela ou nas páginas de um livro, as aventuras do meu pequeno herói escandinavo na Europa, no Oriente Médio, em terras que nunca existiram, junto com a sua amada, uma germânica de corpo bonito, porém com um nariz muito estranho e muita acne no rosto.
A segunda verdade era que, no seu diário, que ele entregou para a moça e ela publicou na íntegra, ele era praticamente um poeta, de um intelecto invejável - coisa que, se na vida real for verdade, me passou despercebido - e, neste jornal pessoal, ele falava que eu tinha sido a segunda mulher na sua vida e que seus momentos comigo tinham sido péssimos, embora ele tivesse muito carinho por mim.
Me acordei empapada em suor e um pouco sufocada. Essas verdades oníricas dóem como se fossem lúcidas.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Admiração que termina onde a fé começa
Minha admiração pelo seu trabalho começou precisamente em 1991, por causa de Twin Peaks. Mas já ouvia falar dele pelo meu irmão, um fã de O homem elefante. Confesso que não conheço seu trabalho nas artes plásticas, mas no cinema esse senhor comanda. Eu amo seus filmes alucinados e também o tranqüilo e belíssimo História Real.
Eis que Lynch resolve vir ao Brasil para promover seu livro Águas profundas: criatividade e meditação. E assim que ouvi dizer que ele faria uma participação extra no Fronteiras, lá fui eu a procura de ingresso. Esperei por esse dia que nem criança pelo Papai Noel. Daí o dia chegou, o meu amigo Alexandre teve a sorte de almoçar com o nosso guru, tirou fotos e tal e nos mandamos para o evento.
Sabem quando se tem a impressão de que pagamos por um filme que não valia o ingresso? Então. Lá estava eu, encantada com a clareza com que Lynch proferia as palavras e abismada com o que estava ouvindo. Dentre muitas coisas que faziam pontos de interrogação saltar da minha caixa craniana, ouvi algo como "Sem meditação, a felicidade é superficial". Sim, eu já ouvi isso antes! Perguntas sobre cinema, arte, música foram feitas e todas foram respondidas com "transcendental meditation is a bliss".
Ok, mister Lynch, I had enough from you. Tudo bem, ele crê. Tudo bem, pode ser que dê certo. Tudo bem, talvez um dia eu experimente. Mas por ora, deixe-me com minha negatividade, minha agressividade e minhas convicções. Eu não fui lá para ter lavagem cerebral, muito menos para ficar ouvindo alguém que foi amigo dos Beatles tocar um ritmo que eu não aprecio. Tipo: para mim, Beatles já é chatinho. Imagina alguém que é "amigo dos Beatles". Pois o David Lynch trouxe essa pessoa, o cara era bom lá no que ele fazia, mas eu não queria ver ele, queria ver e ouvir o próprio Lynch falando sobre filmes e não sobre como quem não medita é mais burro, mais infeliz, mais baixo-astral.
Até porque ele não explicou muito bem como a meditação pode trazer a paz mundial. Tipo: vai mandar uma criança nigeriana ficar meditando enquanto toma balaço? Vai dizer lá para o somali que ele pode curar a fome só com meditação?
Sei não, viu? A única coisa que realmente me fez vibrar foi quando, ao responder uma pergunta sobre a função do diretor de comerciais, ele falou que misturar cinema com vendas é um crime. Não que eu concorde plenamente, mas foi muito divertido ver a cara de tacho de algumas pessoas na platéia :D
Assim, termino esse post garantindo para vocês que minha admiração pelas pessoas mingua quando elas começam a querer impingir a sua fé. Vou me limitar a continuar amando os filmes de David Lynch.
domingo, 10 de agosto de 2008
Please, don't go
Infelizmente, outro sósia do meu pai parece que vai partir esse ano. Primeiro foi o Charlton Heston.
Além de ser o homem mais lindo vivo e sósia do meu pai, Paul Newman leva todos os méritos por ter sido um dos melhores atores que passaram por Hollywood.
Confira um de seus momentos marcantes:
sábado, 9 de agosto de 2008
Serviço de utilidade públca I
Mas, como xingar o David Coimbra no blog dele só da mais ibope para o próprio, foi criada uma petição online para que a Zero Hora apresente uma retratação à crônica do "jornalista", que apresenta - mesmo que ele jure que seja uma metáfora para outra coisa (talvez uma piada interna que só ele e os amiguinhos entendam) - um incentivo aos maus-tratos com os animais. Seja o que for, o fato é que a grande maioria dos leitores - inclusive os amiguinhos dele anteriormente - entendeu como estímulo à violência contra os bichos.
Como jornalista, eu acho muita irresponsabilidade publicar num jornal do alcance da Zero Hora qualquer "metáfora" que possa ser mal-entendida pelos leitores. Ainda mais uma metáfora que expõe um ser vivo a reações violentas.
Por isso, peço que assinem essa petição, ou se juntem a essa comunidade no Orkut.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Bem-vindos
E confesso que não acho ideal este serviço de blog.
Sim, eu já tinha que começar reclamando.
Com o tempo, eu vou editando o visual dele, que está meio breguinha.
Sempre tive mania de fuçar no html e mudar tudo e ainda não consegui isso por aqui.
É tipo aqueles self-services onde tu não pode contar com a prática e nem encontra ninguém para perguntar o que fazer.
As dicas no tópico de ajuda são burras.
Oi, sou eu aqui!