Adoro a Séverine. A alma doentia da moça me fascina.
De uma forma tortuosa, ela representa os anseios femininos mais básicos.
A mulher é - ainda hoje, vide a Revista Nova - moldada para agradar os homens, "prender" o seu e dar satisfação da perfeição da sua vidinha. Séverine, para fugir desses padrões que ainda sobrevivem, extravasa seus desejos em uma dupla personalidade: a Belle de Jour.
Séverine é assombrada por imagens paradoxais - hoje em dia se reconhece que nem tanto - de sua infância: religião e abuso. Na vida adulta, esse paradoxo dá lugar ao encontro do conforto do amor casto com o marido ante às fantasias mais mundanas postas em prática em um discreto bordel.
Tudo isso emoldurado pela beleza aguda e fria de Catherine Deneuve. Ao contrário de Brigitte, que tem a sexualidade explícita e sem culpa, Catherine é suave, quase angelical, mas guarda um demônio na profundidade dos olhos enormes.
E, sobretudo, o que me chama atenção no filme são os figurinos da bela. Ah, se eu tivesse dinheiro...
Curiosidade sobre Brigitte e Catherine:
Ambas não são louras naturais. As deslumbrantes francófonas eram castanhas. Brigitte em um tom mais claro e Catherine quase morena.
7 comentários:
Seria uma fantasia sua?
Eu te confesso que ainda não entendi muita coisa desse filme.
Não vi mas quero ver!!!
Será que elas teriam feito sucesso morenas? I doubt it!
Revista Nova + Sex and the City=
conceito mulher moderna MUITO "evoluida" e "independente", supostamente livre das AMARRAS machistas por PENSAR, falar e GOSTAR de sexo - em tese.
Piada (de mal gosto).
ainda não vi este filme, mas, pelo o que você escreveu, tenho os requisitos para uma séverine em potencial dentro de mim.
G.D.: Se uma mulher lê Revista Nova com afinco e convicção de que aquilo é bom e vê Sex & The City se sentindo uma Carrie Bradshaw, as chances de esta mulher ser tão feminista quanto a sua tataravó aumentam consideravelmente. A Revista Nova, a começar pela capa, é a coisa mais machista que surgiu desde o tacape. E Sex & The City, embora divertido e atual apresenta - salvo a Samantha e a Miranda - mulheres submissas à sociedade (Charlotte) e aos homens (Carrie). Como 9 entre 10 mulheres se identificam com a Carrie (inclusive eu, na maioria das vezes, pasmem!), concluo que continuamos em um mundo lotado de bisavós.
Bia, tu tens que escrever um post sobre a Revista Nova!!!! Vai ser hilááário!!!
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