sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Séverine

Este final de semana eu vi La Belle de Jour.
Adoro a Séverine. A alma doentia da moça me fascina.
De uma forma tortuosa, ela representa os anseios femininos mais básicos.
A mulher é - ainda hoje, vide a Revista Nova - moldada para agradar os homens, "prender" o seu e dar satisfação da perfeição da sua vidinha. Séverine, para fugir desses padrões que ainda sobrevivem, extravasa seus desejos em uma dupla personalidade: a Belle de Jour.
Séverine é assombrada por imagens paradoxais - hoje em dia se reconhece que nem tanto - de sua infância: religião e abuso. Na vida adulta, esse paradoxo dá lugar ao encontro do conforto do amor casto com o marido ante às fantasias mais mundanas postas em prática em um discreto bordel.
Tudo isso emoldurado pela beleza aguda e fria de Catherine Deneuve. Ao contrário de Brigitte, que tem a sexualidade explícita e sem culpa, Catherine é suave, quase angelical, mas guarda um demônio na profundidade dos olhos enormes.
E, sobretudo, o que me chama atenção no filme são os figurinos da bela. Ah, se eu tivesse dinheiro...

Curiosidade sobre Brigitte e Catherine:
Ambas não são louras naturais. As deslumbrantes francófonas eram castanhas. Brigitte em um tom mais claro e Catherine quase morena.

7 comentários:

Rennot disse...

Seria uma fantasia sua?

Vica disse...

Eu te confesso que ainda não entendi muita coisa desse filme.

Guiga disse...

Não vi mas quero ver!!!
Será que elas teriam feito sucesso morenas? I doubt it!

Anônimo disse...

Revista Nova + Sex and the City=

conceito mulher moderna MUITO "evoluida" e "independente", supostamente livre das AMARRAS machistas por PENSAR, falar e GOSTAR de sexo - em tese.

Piada (de mal gosto).

Anônimo disse...

ainda não vi este filme, mas, pelo o que você escreveu, tenho os requisitos para uma séverine em potencial dentro de mim.

Bia disse...

G.D.: Se uma mulher lê Revista Nova com afinco e convicção de que aquilo é bom e vê Sex & The City se sentindo uma Carrie Bradshaw, as chances de esta mulher ser tão feminista quanto a sua tataravó aumentam consideravelmente. A Revista Nova, a começar pela capa, é a coisa mais machista que surgiu desde o tacape. E Sex & The City, embora divertido e atual apresenta - salvo a Samantha e a Miranda - mulheres submissas à sociedade (Charlotte) e aos homens (Carrie). Como 9 entre 10 mulheres se identificam com a Carrie (inclusive eu, na maioria das vezes, pasmem!), concluo que continuamos em um mundo lotado de bisavós.

Guiga disse...

Bia, tu tens que escrever um post sobre a Revista Nova!!!! Vai ser hilááário!!!