O melhor fica na capacidade que tenho de tirar a essência bela das situações.
Adoro minhas viagens a trabalho. Porque elas sempre se acrescentam com novas informações e escapadas para viver novas realidades.
Acabo de voltar do Paraná. Em quatro dias fui em cinco cidades do estado, entre avião, trem e carro e a pé, lógico. Fiquei num hotel de O Iluminado, conheci gentes diferentes, tirei belas fotos, comi bem, me diverti. Curitiba, Ponta Grossa, Morretes, Antonina, Araucária.
Reencontrei amigos queridos que me mimaram - eu amo isso. Encontrei gente fria e sem-graça também, mas faz parte do meu show.
Um espetáculo.
O pior de mim fica na minha infinita capacidade de desgostar de pessoas e atitudes e julgar além do que me cabe. Mas isso é praxe para quem me conhece bem. O problema é que eu não entendo como ainda existem pessoas que se chocam com as minhas reações puras de desagrado.
Dando nomes aos bois, hoje eu estava conversando com colegas, entre eles minha prima, e falávamos sobre teorias como "Eu sempre sou trocada por meninas com cores de bugra". Isso é um fato, uma coincidência, etc. Mas eis que isso saiu da questão e entrou o fato de que eu usei a palavra "trocada". Segundo a minha prima e o Bibico, as pessoas não são "trocadas". Simplesmente o relacionamento não vai bem e a pessoa "opta" por outra pessoa. Discordo. Em número e grau. Sempre há uma troca. E sempre há sim uma rejeição. Não deveria ser porque eu digo que tem que ser verdade. Mas é. Acho que é um pouco ingênuo botar a culpa no relacionamento que não vai bem para amenizar o mau-caratismo alheio. A grande maioria das pessoas, eu incluída, já fez uma troca simples e mercenária: "Bah, gosto deste cara... Mas olha aquele olho azul ali no balcão. Ah, vou trocar!".
Grande parte das trocas são puras e simples e óbvias assim. Outras são disfarçadas, mas não menos cruéis. A parte preterida sempre sai machucada. A minha prima diz que não se sente preterida. Como assim não? Pode ter havido um ou dois casos em que o relacionamento não está bom. Mas é muito difícil quando uma pessoa está contigo hoje e amanhã está com outra ter sido um problema de relacionamento. Problemas de relacionamento se traduzem em "vamos conversar" ou "vamos terminar" e cada um vai pro seu canto, viver sua vida. Daqui a uns meses ou anos, essas pessoas encontram outras pessoas e são felizes ou infelizes, ou tediosas para sempre.
Mas quando alguém está contigo hoje, termina, e está com outro amanhã, houve sim uma troca. Uma atitude egoísta de "sério, eu preciso ver o que este produto tem a oferecer". Quando acontece essa troca, em geral, o "cliente" não fica muito tempo com a mercadoria, ou fica viciado nela, no caso de ela ser exatamente aquilo que ele/ela estava procurando. No meu caso, eu fiz uma troca consciente duas vezes: numa eu viciei no produto até hoje, na outra, eu me arrependi amargamente - ou não, porque eu não costumo me arrepender de nada. Mas que foi uma troca burra, isso foi!
Me falta essa serenidade budista de ver traições como sinal de que o relacionamento não vai bem, ninguém faz escolhas, ninguém tem culpa, tudo gira de acordo com movimentos do universo. Ora, bolinhas: tudo gira porque alguém empurra a roda. E, em qualquer circunstância que envolve amor e dor, há sempre um algoz e uma vítima. E uma terceira parte que vai sim ser odiada por uma das outras duas partes. Afinal, somos seres humanos, temos carne, osso e sangue quente nas veias. Não somos seres superiores. Quando eu pego o Bernadeto no colo, a Linda se sente traída e trocada e fica com raiva de mim e do Bernadeto, tanto que quer morder nós dois. Eu não ouso me achar superior a esses seres. Graças!
Pati Coelho, te amo, minha nêga. E só te troco se for pelo Zidane. Ah, o Zidane...
Dando nomes aos bois, hoje eu estava conversando com colegas, entre eles minha prima, e falávamos sobre teorias como "Eu sempre sou trocada por meninas com cores de bugra". Isso é um fato, uma coincidência, etc. Mas eis que isso saiu da questão e entrou o fato de que eu usei a palavra "trocada". Segundo a minha prima e o Bibico, as pessoas não são "trocadas". Simplesmente o relacionamento não vai bem e a pessoa "opta" por outra pessoa. Discordo. Em número e grau. Sempre há uma troca. E sempre há sim uma rejeição. Não deveria ser porque eu digo que tem que ser verdade. Mas é. Acho que é um pouco ingênuo botar a culpa no relacionamento que não vai bem para amenizar o mau-caratismo alheio. A grande maioria das pessoas, eu incluída, já fez uma troca simples e mercenária: "Bah, gosto deste cara... Mas olha aquele olho azul ali no balcão. Ah, vou trocar!".
Grande parte das trocas são puras e simples e óbvias assim. Outras são disfarçadas, mas não menos cruéis. A parte preterida sempre sai machucada. A minha prima diz que não se sente preterida. Como assim não? Pode ter havido um ou dois casos em que o relacionamento não está bom. Mas é muito difícil quando uma pessoa está contigo hoje e amanhã está com outra ter sido um problema de relacionamento. Problemas de relacionamento se traduzem em "vamos conversar" ou "vamos terminar" e cada um vai pro seu canto, viver sua vida. Daqui a uns meses ou anos, essas pessoas encontram outras pessoas e são felizes ou infelizes, ou tediosas para sempre.
Mas quando alguém está contigo hoje, termina, e está com outro amanhã, houve sim uma troca. Uma atitude egoísta de "sério, eu preciso ver o que este produto tem a oferecer". Quando acontece essa troca, em geral, o "cliente" não fica muito tempo com a mercadoria, ou fica viciado nela, no caso de ela ser exatamente aquilo que ele/ela estava procurando. No meu caso, eu fiz uma troca consciente duas vezes: numa eu viciei no produto até hoje, na outra, eu me arrependi amargamente - ou não, porque eu não costumo me arrepender de nada. Mas que foi uma troca burra, isso foi!
Me falta essa serenidade budista de ver traições como sinal de que o relacionamento não vai bem, ninguém faz escolhas, ninguém tem culpa, tudo gira de acordo com movimentos do universo. Ora, bolinhas: tudo gira porque alguém empurra a roda. E, em qualquer circunstância que envolve amor e dor, há sempre um algoz e uma vítima. E uma terceira parte que vai sim ser odiada por uma das outras duas partes. Afinal, somos seres humanos, temos carne, osso e sangue quente nas veias. Não somos seres superiores. Quando eu pego o Bernadeto no colo, a Linda se sente traída e trocada e fica com raiva de mim e do Bernadeto, tanto que quer morder nós dois. Eu não ouso me achar superior a esses seres. Graças!
Pati Coelho, te amo, minha nêga. E só te troco se for pelo Zidane. Ah, o Zidane...
"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou portabandeira
de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"
9 comentários:
Bia, está pra nascer algo no mundo que me faça te preterir. Eu troco todas por ti, eheheheh!
Ok, bem, vejamos, para deixar as coisas bem claras, tem a Pati e a Carol. Mas elas não desgrudam, então não tem como trocar. Aí vc fica comigo e leva as duas de presente.
Beijo. Saudade de ti. Quero preciso te ver! Sexta, vamos::
Beijo
Blondie
Bia, amei esse teu post!
Eu concordo contigo: acho que há trocas, sim! Há um "vou pagar pra ver o que essa (e) daqui tem pra me oferecer!". E não há nada de errado com isso, não...mas que é uma troca, é!
E se te trocam por bugras...eu sou trocadas por loiras! Hahahaha! Os homens gostam de variar, ora!
Perdoem-me, mas eu RI MUITO com a constante X da troca por BUGRAS.
...
No mais, nao tem como absolutizar nada e na minha opiniao nao existe Teoria Geral do namoro: tem sim relacionamentos que simplesmente "acabam", como uma banda que sabe a hora de parar e escutar a pratada de encerramento, assim como tem gente que filhadaputamente salta para uma "troca" como se tivesse recebido uma proposta para jogat no Catar. C'est la vie
terapeutico teu post.
mesmo que eu não concorde o tempo todo, adoro ler o que tu escreve. amo a forma como tu te compromete com tuas idéias.
saudades!
Oi Bia! não sei concordo, nem se discordo.. que tal olhar uns filmes da Susanne Bier? Quando tu vem em SP?
perdoe também, bia, mas eu também me matei de rir da constante "troca pelas bugras".
é... c'est la vie! eu costumo dizer que, na minha equipe de trabalho, se um cara é tecnicamente bom e tem caráter, ótimo, a parte técnica a gente melhora; já se o cara é o expert num assunto X, mas não tem caráter, sorry... até eu tolero (ou melhor tolerava, quando era mais boba) por um tempo, pois caráter não tem treinamento que melhore.
então, passei a aplicar o que aprendi no trabalho aos homens e tudo ficou mais fácil.
Adorei teu post, acho que há trocas, sim, e nem todas são inteligentes. Faz parte.
a vida é feita de trocas!
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