sexta-feira, 17 de abril de 2009

Bota pra escrever!


Alguém manda os meus neurônios e os meus dedinhos voltarem a salpicar o cyberspace?
Estou totalmente em crise criativa.
Devem ser as mil opções de chamadas para os clientes que estão tirando minhas idéias.

Ontem eu vi Saia Justa e me lembrei de mim, dos meus personagens, da minha ganinha feminista. Me deu nostalgia do blog e de quando eu tinha mais bala na agulha para angariar fãs das minhas palavras.

Será que foi a reforma ortográfica que me anulou?

Na verdade, eu culpo um pouco o excesso de companhia e o pouco tempo para a necessária solidão.
Não, não me entendam mal, todos que me acompanham são bem-vindos. Só que antigamente, eu trabalhava de uma maneira mais solitária, por mais colegas queridos que vivessem na volta.
É que ultimamente, meu sistema de trabalho mudou. Requer mais trocas, mais brains coletivos, menos pesquisa e introspecção.

Para os meus amigos daqui, eu peço just a little patience. Eu, aquela que mais condena o excesso de perfeição, não acho justo desempenhar ao mesmo tempo e impecavelmente os papéis de mãe, mulher, dona de casa, amante, workaholic, top model, sarada de academia, intelectual ávida. Também acho complicado ser publicitária, jornalista e redatora egocêntrica de blog no mesmo turno.

Quando eu comecei, lá em 2002, no saudoso Love is an old fashioned word de fundo azul e letrinhas miúdas, eu era uma garota de 2o e tantos anos, recém-saída de um relacionamento de final traumático, que ganhava muito pouco e trabalhava muito, mas ainda assim com endorfinas necessárias para sair do emprego direto para as raves.

Além da falta de pique, o que me diferencia dessa Bia de 2002 é o então excesso de solidão em que eu vivia. Já não era a solidão necessária, era a solidão profissional, quando o lugar em que a pessoa trabalha é uma ilha e ela não pode trocar idéias. E eu tinha eco.

Um eco delicioso de pessoas com quem me identificava horrores.

De alguma forma, muitas dessas pessoas sumiram. Não sei se cresceram e não têm mais disposição para prazeres menos nobres, ou se realmente não podem - por motivos físicos e profissionais - ler e comentar.

O bizarro, é que vendo as estatísticas do blog hoje, sei que ele é muito mais lido do que nas outras épocas. E por pessoas de lugares muito mais distantes. Tenho um leitor assíduo no Qatar. Dois em diferentes cidades do Canadá. Um sueco.

Mas sorry gente, cancerianos dependem de elogios para continuar e de críticas construtivas para impulsionar. Sem comentários, sem empatia, não há como ter inspiração. Gostaria do eco de outrora, evoco o muso inspirador neno, que nunca mais me importunou com seus comentários desprovidos de sentido, que só eram suplantados pelos comentários incoerentes da Luísa.

Ei, não que os comentários dos leitores atuais não sejam mais do que importantes. Mas, desculpem, hoje eu estou saudosista. Estava na cidade dos interiores marrom-cocô. Voltei agora de Brasília. Alguma entidade bizarra dispõe que sempre que eu pegue um avião de Brasília para Porto Alegre, eu reencontre alguém que passou pela Famecos.

Hoje, foi o Eduardo. Meu colega de poltrona, entre eu e o Valpírio. O Eduardo era meu amigo, na época em que fazíamos Publicidade. Involuntariamente, virou personagem de várias histórias da Vida Como Ela Deveria Ser, uma série de contos que eu fiz, explicitamente chupada do Nelson Rodrigues. Se não me trai a memória, o Eduardo era sempre escalado como narrador. Ele nunca participava das patifarias que eram atribuídas aos meus outros contemporâneos nesses contos.
Foi gratificante rever esse antigo amigo e constatar que hoje ele é um bem-sucedido pai de um menino de 8 anos.


Resumo da ópera desse post:


Quando acessarem e lerem, comentem. Nem que seja para me mandar à merda. Podem me dar sugestões e desafios também. Vamos sacudir isso daqui.


12 comentários:

TiedyePoa disse...

Achei super interessante que a crise criativa rendeu esse post enorme!! ;)

Anônimo disse...

vai à merda, beatriz. mas antes vamos nos divertir na festa de amanhã!

Fábio Marques Ferreira disse...

Oi Bia,
Sempre te leio mas nunca comento. Mas se isso vai fazer vc escrever mais... taí a força.
Bjo.

G.D. disse...

Nunca entendi a moral desse bonequinho ao longo da TRAMA do desenho do He-Man

Melissa Barbosa disse...

oi, bichu. comenta o meu tb :P

Pat S disse...

Vá à merda sim.
Mas fiquei feliz de saber q eu não sou a única a ficar triste qdo alguém me diz q leu um post meu e adorou. Diz isso na minha cara, por telefone, por e-mail, por scrap, twitter, mas aqui não.

Gente boba, a gente, né?

Bia, sou sua fã.
Period.
Já disse isso mas repetirei sempre.
Eu sei q td mundo gosta.

Beijos mineiro-paulistanos,
Pat.

Leo disse...

Oi Bia. Eu sou o seu leitor do Qatar, Continue escrevendo! Preciso da minha dose diaria de Bia.

Mari disse...

Eu tb sempre leio, fico acompanhando, mas às vezes falta alguma coisa pra comentar. Falta conseguir escrever o que foi que aquilo tocou em mim, pra não simplesmente sair escrevendo "Adorei!".

Mas eu gosto sempre.

Guiga disse...

Bia, acho que a tua crise criativa é excesso de amor! Já aconteceu comigo, pelo menos. Então relaxa...vamos torcer pra tua crise durar bastante! ;)
E fãs tu sabes que tens! A gente corre aqui todo dia pra ver se tu tens presente pra nós! E ficamos felizes quando tem, e comentamos! E comentaremos sempre!

camila disse...

leitores de todos os cantos do mundo, inclusive carazinho! bjs!

dariano disse...

vai a merda.

(vc q pediu)

Camila disse...

Eu leio seu blog desde muito tempo, porque uma vez vc comentou no meu fotolog... Entrei no seu pra comentar de volta, e achei o site.

Tô aqui, mesmo em silêncio! ^^