Digamos que eu volto agora lá no post de 25 de fevereiro, do Prozac X Criatividade.
Digamos que o Prozac foi dar uma voltinha.
Acho que na vida de todo mundo o Prozac some a maior parte do tempo.
Se antes eu citava que sem tristeza não se faz um samba não, eu continuo sobrevoando as novelas do Manoel Carlos e adjacentes para dizer que tristeza não tem fim. Felicidade sim.
Ontem eu li – sim, foi na Caras. Naquelas colunas de especialistas. Não, eu não tenho vergonha. – que a gente valoriza muito mais os momentos ruins do que os bons.
É fato e é inevitável.
Momentos bons são suspiros e os ruins são escarros.
Você daria mais atenção a um suspiro suave ou a um catarro no seu cangote?
A Bia amarga é mais fértil que a Bia doce.
Eu até gostaria de estar doce e chegar à conclusão que os meus 5 quilos a menos e minhas medidas atingindo o valor tão almejado dependessem só da dieta equilibrada e dos exercícios.
Mas é óbvio que tem uma boa dose de fel aí. Tá difícil de engolir, eis a questão.
Tem a semana. Tem um dia atrás do outro. Tem o trabalho. Tem os colegas.
As coisas que antes davam sentido à vida estão com catarata.
Sabe quando tem realmente uma coisa fosca em cima.
Eu chamava isso de dias escuros.
Meus dias estão escuros.
Não é impressão minha: é sempre noite do lado de cá.
Daí eu tava escrevendo um daqueles milhões de textos políticos e polidos e otimistas que eu escrevo por dia. E eu dizia que toda a crise deve ser encarada como oportunidade. Baita balela, eu minto mal pra caralho. Mas sei lá, quem escreve os discursos do Obama também deve mentir mal pra caralho.
Vai dizer para uma criança que nasce na guerra, lá em algum dos zilhões de países com nome bizarro na África – porque eu ia falar em Bósnia, mas é muito oldfashioned a guerra da Bósnia – que toda a crise traz uma oportunidade. Sério, se o meu texto de hoje de manhã chegasse lá, eu ia ser fuzilada com razão.
Aliás, aqui dentro de mim, eu ando me dando motivos de sobra para ser autofuzilada.
E é muito ruim ter raiva de mim.
Porque eu não posso tirar a razão de quem tem raiva de mim por motivos fúteis. Tipo, tem uma pá de gente que tem raiva de mim porque eu não tenho amarras. Não tenho papas na língua, não sei mentir, não gosto da metade da humanidade, não sou perfeita, não sou politicamente correta, sou competitiva, possessiva, egoísta, tenho humor negro, sou reacionária, sou infantil, sou chorona, sou maquiavélica, sou fria e calculista.
Putz, sério, quase chutei alguém há pouco. E não foi o Igor. Embora ele esteja merecendo. Foi alguém que eu sei que me julga por coisas que não fui eu quem fez. Alguém que me despreza pelo que os outros fizeram. Ou então tá com um ovo entalado na bunda para me olhar com aquela cara.
Então. Keep the hard working. Sem nada de bom pra compensar.
Ah, parabéns, St. Patrick. Parabéns, Vó Nancy.
Hoje é o dia de um cara que me parece um total idiota de antes da Idade Média e da vó mais ranzinza que o mundo já deu conta.
Sim, eu tenho a quem sair. Blé pra todo mundo.
7 comentários:
blé pra vc tb.
O ovo entalado foi uma das coisas mais divertidas que eu já li. Toda crise é uma oportunidade.
Na boa, pessoas otimistas, são otimistas em qualquer lugar, em qualquer hipótese.
E fel é um mal necessário, às vezes.
tem fel no Big? que gosto tel fel?
tem um chá, fel da terra, posso ver se te arranjo, dizem que é uma erva milagorsa
Luciano, eu fui procurar no BIG e o atendente disse que fel da terra não tem. Perguntou se um fio terra resolveria meu problema. Fiquei na dúvida. O que tu acha?
Bia, infelizmente eu adoro esses teus posts ranzinzas! Eu adoro a Bia cheia de fel! Mas isso só no blog, claro! Na vida real é bem melhor ver as amigas felizes, faceiras e serelepes!
A gente adora a Bia Nancy!
Palavras interessantes. Mas não te preocupa não, tua vida é melhor que a dessa gente toda que vive por aí rindo sem saber do que. Como diz um amigo meu, vivemos todos no Matrix, e poucos estão acordados e dispostos a sofrer. hehehee. Abraço!
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