domingo, 30 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo III - Veneza

Aquilo tudo é sim, de verdade. Não é efeito de foto, nem ilusão fílmica.
Veneza é uma cidade única, a magia é dela e ninguém tira.
E isso que eu cheguei abaixo de chuva.
Dois dias chovendo e eu viciada naquele lugar, não conseguia parar de olhar para tudo e de me perder nas ruas estreitíssimas, onde só passa um por vez. Algo me dizia que valia acordar às 6h no terceiro dia, pois ia ter um sol de arder e, meu Deus, aquela cidade foi sonhada, ela não existe.
Meu primeiro contato com os italianos foi um prenúncio do que viria nos próximos dias: pessoas ríspidas, que cagam e andam para você, turista.
Mas os venezianos não são todos uns cavalgaduras. O recepcionista do meu hotel era um gentleman, e falava francês perfeitamente. O hotel em si, era um espetáculo à parte. Prédio de 1600 e guaraná de rolha, totalmente restaurado. Veja aqui!
Logo de cara, fiz amizade com uns irmãos chineses do restaurante na frente do hotel. Tudo que for de comer é caro em Veneza. Aliás, tudo é caro lá, mas tudo vale a pena. Começa que estar numa cidade em cima do mar Adriático (na verdade, ela fica em cima da Lagoa de Veneza, que é separada do Adriático por um istmo) não tem preço.
Recomendo que quem vá à Veneza não perca tempo dormindo. A cidade apresenta pontos altos em todas as horas do dia. Eu dormia aí pelas 18h e acordava às 21h, para começar tudo de novo. Depois, eu ia dormir às 2h e acordava às 6h.
Além da Piazza San Marco, da Ponte de Rialto, do Grande Canal, do sino da Campanille, Veneza tem a vantagem de não contar com carros. O único veículo lá é o vaporeto nos canais maiores e as gôndolas nos menores.
Impossível resistir às máscaras, aos cristais de Murano (aproveite uma tarde para ir de vaporeto até lá e ver as fábricas de cristais), ao clima sensual desse lugar fantástico. Quero voltar lá muitas vezes e decorar cada detalhe desta cidade ímpar.

Pontos altos:
Veneza existir é ponto mais alto. Particularmente, eu me comovi em caminhar pelas ruas desertas de manhã bem cedinho, só eu, o sol tímido, as pombas e os sinos repicando.

Pontos baixos:
Mesmo em baixa temporada, é cheia de turistas. Não chegou a atrapalhar, mas acredito que não se deve ir na alta temporada, principalmente no verão.

Verdades sobre Veneza:
- É um dos lugares mais lindos do mundo.
- Não dá para andar de gôndola, a não ser que tu vá em um grupo de pessoas, senão sai uma fortuna.
- É um ótimo destino para casais em lua-de-mel, mas tente botar a lua-de-mel em prática quando voltar para o Brasil, Veneza não é um lugar onde se pode passar horas no quarto: ele precisa ser visto.

Mitos sobre Veneza:
- Dizem que fede a mofo. Eu não senti isso.
- A cidade ficou com fama de ser uma putaria, por causa do Casanova, do Carnaval, das máscaras, etc. Não me pareceu.
- Algumas pessoas acham que não vale a pena ir sozinho a Veneza, uma cidade tão perfeita para pombinhos. Olha, eu não sei se é porque eu sou uma solteira convicta, mas eu amei demais estar lá na companhia da pessoa que eu mais amo nesse mundo: eu.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo II - Paris

Paris começa pelo Charles de Gaulle que por si só já é uma cidade fascinante.
Do aeroporto para a cidade peguei um trem e imediatamente comecei a interagir com os locais que, pasmem, vieram puxar assunto.
O mais falastrão era um sérvio simpaticíssimo, que elogiou meu francês e me falou sobre as tristezas da guerra no seu país, da qual se refugiou na França, e contou sobre as coisas boas da ex-Iugoslávia.
Logo em seguida, um bonito brasileirinho, que morava na Irlanda, conversou comigo.
Chegar na cidade é indescritível, Paris é um céu aberto, cheguei à noite, com tudo iluminado.
Fiquei no Quartier Latin, sou uma mulher de sorte. A Rue Gay Lussac era meu endereço e meu hotel era simples e ao mesmo tempo um pitéu. O homenzinho que atendia os hóspedes era a cara do Adriano Reis e um pouco manco, total simpatia.
Não sei se acontece com todo mundo, mas Paris parece uma velha conhecida. Andar por lá é automático. Não há como não se encantar com uma cidade que parece feita para o lazer e a contemplação. O parisiense vive correndo, mas não sei como pode. É preciso parar e olhar toda a hora.

Pontos altos: cada esquina é um ponto alto. Em cada cantinho tem uma surpresa agradável. Mas voto no dia em que eu saí do metrô, voltando de Versailles, e uma dupla de um jovem gatíssimo e um senhor de meia idade cantava Je l'aime a mourir, minha música francesa predileta, tocando um instrumento qualquer. Eu me juntei a eles para lembrá-los a letra, que eles esqueciam. A comida é outra coisa fantástica: um salmão ao molho de ervas com salada de pepino com iogurte e risoto de pimentão, que comi em um bistrô em Pigalle, foi o melhor prato europeu pra mim.

Pontos baixos: olha, acho que foram subjetivos meus pontos baixos. Eu fiquei gripada na Cidade Luz, e isso fez com que eu tivesse que andar com o nariz tapado de lencinhos de papel. Daí, era uma gripe meio estomacal, que me fez conhecer o Dráuzio Varella que existe em mim e tomar soro caseiro uma madrugada inteira.

Verdades sobre Paris: O céu é realmente o mais interessante que eu já vi, a cidade tem uma luz maravilhosa e os franceses dizem boëff a torto e à direita, como lembra a Ju.

Mitos sobre Paris: Os parisienses foram tão simpáticos comigo que tive que derrubar o mito do francês arrogante. Talvez seja o fato de eu falar o idioma, mas não sei, tem gente que fala e acha eles chatos igual. A Mona Lisa é a coisa mais mixuruca do mundo. O Louvre guarda coisas muito mais preciosas e embasbacantes.

Mesmo com chuva, uma linda cidade

sábado, 15 de novembro de 2008

Descobrindo o Velho Mundo

É só meu ponto de vista, mas eu faço questão de deixar registrado aqui o meu quase-diário de viagem. Não pude fazê-lo durante minha estada no Velho Mundo, porque a soma do meu baixo poder aquisitivo com a baixa inteligência tecnológica do europeu não permitiu, mas sempre há tempo.

Bem, para começar, eu fui sola. Eu, uma mochila, uma bagagem de mão e uma mala. No início, parecia tudo muito simpático, até eu descobrir que a Europa caga e anda se você tem cadeira de rodas ou perna de pau, e as escadas aparecem a cada esquina da sua vidinha. Tirando isso e o fato de que a moça do Visa não entendia que eu era eu mesma e não um ladrão gastando meu dinheiro na Europa, não tive problemas gerais mais graves.

Então, vamos às minhas humildes opiniões (nem tão humildes, dixculpem ox fuxquinhax, acho ótimo!) sobre:

Londres
A Capital do Reino Unido não é nada assustadora como eu pensava. Mas também não é tão cool como você pensava. Olha, amei a troca da guarda e achei tri Camden Town. Ou seja, tem espaço para tudo no meu coraçãozinho. Mas gente, atenção: isso não funciona em Porto Alegre, só para lembrar os indies de plantão. Camden é colorido e barato, mas é bem brega também. E quem vive lá tem noção disso, quem vive cá não tem.
Antes que eu fosse, nove entre dez pessoas me botaram pânico da imigração inglesa. A ponto de eu realmente ter ensaiado minha chegada com protocolo quase diplomático. Levei carta do chefe, comprovante de emprego, comprovante de salário, de residência, o diabo. O British Uncle que me recebeu só leu o papel que se preenche no avião por cima e carimbou meu passaporte, não sem antes dizer que eu aproveitasse bem minha estadia e que esperava que eu gostasse muito da cidade. E de me elogiar na escolha da minha profissão.
Ok, fiquei no bairro da Lady Di. Sou fina, baby. Meus primeiros dias europeus tiveram a companhia do Du e de duas moças que conhecemos no hostel, a Maíra e a Hermínia, de Ijuí - para confirmar a tese do Paulo de que Ijuí vai dominar o mundo. Nos divertimos bastante os quatro, on the streets of London, que é bem mais acolhedora do que eu poderia imaginar.
Londres me preparou uma surpresa: neve no meu primeiro dia. A primeira em outubro, nos últimos setenta anos.

Pontos altos: as casinhas lindinhas dos bairros não-centrais, as lojas de departamentos cheia de ofertas interessantes, o metro organizadinho e aparentemente limpo, a educação britânica, o sol, que brilhou quase o tempo todo.

Pontos baixos: o cheiro de mijo nas cabines telefônicas, o preço absurdo das coisas na Harrods, a falta de facilidades para quem carrega peso.

Verdades sobre Londres:
- os ingleses são polidos, mesmo que não sejam simpáticos
- 9 entre 10 moradores de Londres não são ingleses

Mitos sobre Londres:
- as inglesas são feias. Mentira! Nunca vi tanta mulher bonita. E eram inglesas mesmo, não estrangeiras.
- os ingleses são pontuais. Balela! A troca da guarda é marcada para às 11 horas e acontece lá pelo meio dia.

"So I broke into the Palace with a sponge and a rusty spanner..."

A seguir, conheça Paris sob o meu ponto de vista :D

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Half a world away...

Este blog esta em Firenze no momento.
Mas ele ja esteve em Londres, Paris e Veneza.
Assim que houver uma pausa na vida da viajante solitaria, ele volta cheio de novidades, criticas e fotos.